Opinião

A autoridade de Jesus

Redação

Publicado em 29 de março de 2015 às 03:26 | Atualizado há 10 anos

Emídio Brasileiro , Especial para Opinião Pública

Tendo Jesus concluído todos os seus discursos dirigidos ao povo, as multidões estavam admiradas do ensino dele, porque as ensinava como quem tinha autoridade, e não como os escribas e fariseus.

Descendo da montanha, foi Jesus seguido de uma grande multidão e entrou em Cafarnaum. (Evangelhos de: Mateus, cap. 7, vv. 28 e 29; cap. 8, v. 1 – Lucas, cap. 7, v. 1).

Ao concluir o Sermão da Montanha, Jesus deixa o seu legado doutrinário de luz, o Sistema Filosófico mais completo que a Humanidade tem notícia. Um roteiro suficiente para conduzir povos, elevar civilizações para níveis surpreendentes de fraternidade universal. Trata-se da mais bela tese de Amor que se tem notícia. Em sua perfeita síntese de conduta, Jesus demonstra conhecimentos profundos acerca de todos os seguimentos científicos, filosóficos e religiosos que se tem notícia. Depois dele, o Direito avançaria no estudo dos valores, estabelecendo a base para o sentimento de respeito aos direitos humanos; a Psicologia ganharia novos fundamentos; a Sociologia se humanizaria; a Economia redefiniria os seus conceitos de riqueza; a Medicina desenvolveria recursos mais eficazes para a prevenção e tratamento; a Política ultrapassaria os conceitos aristotélicos; a Teologia deixaria de ser dogmática e superaria os preconceitos; A Filosofia deixaria de ser apenas um Sistema de busca, mas um roteiro prático para se viver com nobreza e dignidade; a Música, a Pintura e a Arte e geral ganhariam novas, sublimes e eternas inspirações; a Literatura mundial não seria mais a mesma porquanto avançaria para elevados níveis do espírito das letras. Depois do Sermão da Montanha, o Mundo não seria mais o mesmo. Nada seria como antes. Nenhuma sociedade estaria insensível ante o seu Hino de Amor a Deus e ao Próximo.

A autoridade de Jesus é de uma superioridade intelecto-moral incomparável. A palavra autoridade vem do latim auctoritas (de auctor): “causa”, “patrocinador”, “promotor”, “fiador”. É a condição de que alguém sabe e tem realizações em uma área específica. Atributo espiritual de quem conhece determinada coisa e tem condição moral necessária para transmitir tais conhecimentos por meio das palavras e do trabalho. Nenhum doutor da Lei ou sacerdote do templo de Jerusalém, nenhum orador fariseu ou escriba falou com a autoridade de Jesus. Isso, porque a perfeição espiritual de Jesus era a credencial que o revestia de uma autoridade sem precedentes.

A autoridade intelectual do Cristo resulta dos seus conhecimentos e de sua compreensão diante de todos os fenômenos materiais e espirituais vinculados à evolução em nosso planeta. Também a autoridade moral com que o Mestre era revestido é a consequência das condições morais satisfatórias para fundamentar os seus ensinos e suas vivências. Portanto, a autoridade intelecto-moral de Jesus resulta da prática e dos conhecimentos e sentimentos ministrados. Todos sentiam a autoridade do divino Messias, até mesmo os soldados que, em determinada circunstância, foram prendê-lo, disseram, espantados, justificando porque não efetivaram a sua prisão (João; 7:45-46): “Jamais um homem falou como fala esse homem”. É evidente que Jesus agradou ao que buscavam sinceridade e coerência e também desagradou aos que ludibriavam os ignorantes de boa-fé.

Foi com a autoridade de um bem-aventurado que Jesus falou da felicidade dos humildes, dos puros de coração, dos mansos e pacíficos, dos misericordiosos, dos que praticam e buscam a Justiça, dos que sofrem com resignação e coragem e dos que são perseguidos por causa da Verdade e do Amor.

Foi com autoridade de quem se conhece que o sublime Rabi revelou que todos somos “a luz do mundo”, “o sal da terra” e muito superiores aos lírios do campo e as aves do céu. Somos a mais bela obra de Deus.

Foi com a autoridade de quem se revestiu de profunda sabedoria que o Messias combateu as tradições dos cultos de aparência e dos exageros de juramentos e afetações, simplificando a sinceridade em “que seja o vosso sim, sim; e o vosso não, não”.

Foi com a autoridade de quem sabe perdoar e superar todas as tentações materiais e morais que o Mestre recomendou que não se deve resistir às ofensas e sim perdoar e até amar o ofensor.

Também foi com a autoridade de quem sabe praticar a caridade que o sábio Rabi pregou a discrição e a renúncia, a perseverança no Bem e fidelidade aos princípios sagrados da Lei de Deus.

Foi, ainda, com a autoridade de quem alcançou a perfeita sintonia com a Justiça de Deus, que o Sublime Juiz da Galileia recomendou não julgar e não condenar sem antes fazer uma autocrítica e confiar nos mecanismos sagrados da Justiça divina.

Foi com a incomparável autoridade de quem mantinha uma intimidade com o Pai, que o divino Sacerdote de Deus ensinou a mais perfeita oração e preconizou a força da verdadeira Fé e a eficácia de quem sabe persistir com sabedoria.

A autoridade de Jesus é indiscutível. Foi por meio de sua suprema autoridade que ele dividiu a História, marcando a civilização humana em antes e depois dele. A visão de Deus mudou para o Deus de misericórdia, da compaixão e do amor. Nenhuma religião, filosofia ou ciência que o antecedeu estabeleceu esses princípios eternos. Também nenhuma religião, filosofia ou ciência depois dele superou os seus ensinos.

Em poucos anos sobre a Terra, a autoridade de Jesus revolucionou incontáveis sistemas e evidenciou que ele ainda é um mistério a ser plenamente conhecido. Ele sempre esteve além de todos os nossos tempos. Inúmeras curas e sinais que o Mestre operou ainda são inexplicáveis à luz das ciências terrenas. Ele transcendeu todas as naturezas conhecidas e estudadas à luz do entendimento humano. Pensadores, religiosos, gênios, santos e heróis de todos os tempos reconhecem a autoridade e a superioridade de Jesus porque os seus ensinos têm perfeita coerência com os seus exemplos.

O Sermão da Montanha é o sublime Código Moral de Deus. No mundo há muitos milhões de leis, de normas, de regras e de regulamentos de natureza jurídica, religiosa, científica ou filosófica. Tudo isso seria dispensável se os seres humanos compreendessem e praticassem os preceitos do Sermão da Montanha. No entanto, o Sermão da Montanha, com toda a sua beleza ética e com todos os seus princípios morais, nada seria, ou seria apenas belas e bem construídas palavras sem a Autoridade de Jesus.

 

(Emídio Silva Falcão Brasileiro, escritor, conferencista, professor universitário, advogado, doutor em Direito, membro da Academia Espírita de Letras do Estado de Goiás, da Academia Goianiense de Letras e da Academia Aparecidense de Letras. E-mail: [email protected])

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