A história nunca contada da TBC (II) – parte final
Diário da Manhã
Publicado em 20 de julho de 2022 às 13:14 | Atualizado há 4 meses
Além do “13 no 13” e, depois, do “No Campo do 13”, nós transmitimos jogos do Campeonato Goiano, no Serra Dourada. Duas câmeras. Joãozinho em uma e
Tabinha na outra. Fui o primeiro narrador. Modéstia à parte, eu era muito bom nisso.
Em uma dessas transmissões, lembro-me bem, mostramos o jogo e intercalamos imagens de um eclipse lunar, captado pelo Joãozinho. Bons tempos, bons tempos…
José Carlos Rangel apresentava o “13 no 13”, com produção de Batista Cardoso, que, depois, foi produzir o “No Campo do 13”, apresentado pelo saudoso Clomar Vieira.
Semanalmente, dentro do programa, o goiano Edmar Ferreira, campeão brasileiro de motovelocidade, categoria 350, apresentava um bloco sobre motociclismo. Em Goiás, corrida em duas rodas sempre teve público, desde os tempos em que a Assis Chateaubriand era palco de acirradas disputas (de automobilismo, também).
Edmar deu boa audiência à TBC. Lembro-me do texto que fiz e gravei para a abertura do seu quadro: “O domínio do homem sobre a máquina e sobre si mesmo…”. Campeão brasileiro e famoso, com o apoio do governo goiano, disputou os mundiais de motovelocidade de 1975 e 1976, chegando a obter um sexto lugar como melhor posição. Na classificação geral final, em ambos, terminou em 23o. lugar. Edmar Ferreira, um nome que orgulha Goiás. Hoje, comanda aviões.
Mas nós também éramos fortes praticando esporte. Fazíamos bonito no futebol de campo e tínhamos um time de futebol de salão de fazer inveja. Só gente boa: Dorinato, Reginaldo, Ararinha, Tite, Maurílio, Sinomar… Na bola pesada, saiam da frente. Para se ter ideia, o nosso goleiro era titular do campeoníssimo Clube Jaó, à época, um dos melhores do Brasil. Mas não só. Era titular absoluto da seleção brasileira de futsal. Seu nome: Dorinato Milagre. Um acidente estúpido o tomou de nós. Tinha apenas 25 anos.
Novos programas
Com a chegada de Íris Carlos Freitas, Aquiles Tenuta e Cid Macrini (TV Rio), começaram a ser apresentados os primeiros programas de variedades. O primeiro deles foi o “Carrossel”, apresentado pela Ângela Rímoli. Uma revista produzida pelo Luiz Montanha e dirigida pelo amigo Luiz Elias, profissional experiente, com passagem pela TV Tupi, Rio, onde foi um dos produtores dos programas do Flávio Cavalcanti.
Precedendo o “Carrossel”, da Ângela Rímoli, com produção de Lúcia Camilher e Ivone Cabral, foi lançado o “Boa tarde, Goiás”, apresentado por José Augusto, radialista de grande audiência na Rádio Clube de Goiânia, a hoje “730”.
Maurílio Neto e Edivaldo de Souza (Dedé) cuidavam da programação. Sabiam das coisas. Maurílio era oriundo da TV Anhanguera, onde foi produtor, no final da década de 60 e começo da de 70, do programa “Ladrão de Show”, que reunia os melhores momentos de programas musicais da Globo. Naquela época, a geração das redes não era direta. A programação vinha em teipes, pois a Embratel de Goiânia ainda estava em construção.
Gratidão ao DM
Essas são lembranças ainda sobreviventes nesta minha memória jurássica. Com a generosidade do Welliton Carlos, editor-chefe deste Diário da Manhã, me foi possível fazer esses registros, contando coisas até então desconhecidas do público, pois não há, em Goiás, nenhum relato fiel sobre o início da TBC.
O faço num tributo e agradecimento aos pioneiros daquela casa. Eles jamais poderiam continuar esquecidos, excluídos da história da televisão em Goiás. Deixo aqui o meu abraço e a minha gratidão a todos. Nós nos fizemos juntos e, juntos, vencemos. É isso aí.
