Opinião

Cautela e sabedoria para enfrentar e vencer a crise

Diário da Manhã

Publicado em 10 de novembro de 2015 às 00:32 | Atualizado há 9 anos

Fator determinante do progresso humano a crise chega pela hora vazia como se fora o sopro suave da brisa assinalando que chegou a abençoada hora de poder recomeçar. É inegável e resta sobejamente comprovado que o Brasil e o mundo enfrentam uma grave e crise moral fonte geradora de todas as outras crises e que se espalhou como erva daninha contaminando o mundo de ponta a ponta.

Se força humana nenhuma é capaz de deter os passos da impostergável lei natural do progresso, da mudança e da transformação resta-nos absolutamente comprovado que o ser humano só cresce na adversidade. O atual momento histórico que atravessa o nosso País exige cautela, serenidade, equilíbrio e sabedoria na hora de emitir juízo de valor e de tomar qualquer decisão que possa contribuir eficazmente com o crescimento do Brasil.

Em verdade não sou um especialista na arte de apontar seguros caminhos para dirimir dúvidas e solucionar a crise afastando as dificuldades temporais que infelicitam a nosso combalido organismo social. Ouso, entretanto com arrimo em minha humilde, vitoriosa e muito bem-sucedida trajetória política fazer algumas reflexões sobre o que está acontecendo com a política e a economia do nosso País. E aqui falo com a autoridade e a experiência comprovada de quem pela graça de Deus e pela vontade livre e soberana do povo já ocupou todos os cargos eletivos do País com exceção da presidência e da vice-presidência da República, passando, portanto por todas as esferas do parlamento brasileiro.

Cumpre-nos relembrar que o Brasil já enfrentou, combateu e venceu outras graves crises igualmente sérias, inclusive as ditatórias da era Getúlio em 1946 e a de 1964 que implantou no país a ditadura militar de triste lembrança. De alarmantes proporções ambas deixaram sequelas atrozes e a marca indelével de feridas que jamais haverão de cicatrizar. É forçoso reconhecer que as duas cumpriram com absoluta fidelidade, sua gloriosa e sublime função educativa de apontar aos brasileiros o caminho da mudança que sempre nasce no coração do povo. A nação em princípio não entendeu que ao deixar um rastro de destruição, de tristeza e de dor pelos caminhos percorridos, estas crises foram igualmente mensageiras do progresso, da esperança e da paz. Aportaram-se no País verde amarelo para exercer e o fez com absoluta fidelidade, sua gloriosa e abençoada missão de contribuir eficazmente com o processo de transformação e mudança da pátria do cruzeiro.

Altaneiro e soberano o Brasil soube suportar resignadamente as dificuldades e reagir com sabedoria para ressurgir das cinzas e demonstrar ao mundo inteiro que a nação brasileira saberia enfrentar, combater e vencer com galhardia e altivez todas as dificuldades. Esta postura altiva e soberana que exigiu pesados sacrifícios da sociedade brasileira permitiu ao País verde amarelo dar um salto de qualidade rumo ao seu venturoso futuro na esperança de poder alcançar o honroso patamar de celeiro da humanidade. E desta feita não será diferente. Compete, todavia ao povo brasileiro o direito inalienável de indignar-se e de levar à praça pública, ordeira e pacificamente seus protestos e suas legítimas reivindicações. É na grandeza e na demonstração de serena coragem desta força popular que haverão de arrimarem-se nossas venerandas instituições livres para oportunizar as mudanças e transformações que nascem do coração do povo, visto que a classe política a que tem a honra de pertencer, data máxima vênia não possui força moral capaz de denunciar, julgar condenar ninguém.

Ética e moralmente passar o País a limpo significa investigar, descobrir, denunciar, julgar e condenar todas as pessoas criminosamente envolvidas independentemente da função ou cargo público que exercem. É nesta linha de ação que moureja jornadeando com justiça e amor à pátria, as instituições livres do país, compromissadas com a Verdade que liberta e convocadas para esta cruzada cívica de amor em favor da terra de Cabral, que já “está cansada de ultrajes suportar”. O compromisso inalienável do povo brasileiro é o de não esparzir através do pensamento e da palavra articulada esta gigantesca e indesejável onda de pessimismo que varre o país de ponta. Vigia e ora sempre administrando com segurança a força vibracional de seu pensamento.

É do povo o dever cívico, patriótico e impostergável de disseminar a esperança e de contribuir eficazmente com o processo de mudança e transformação da sociedade brasileira. O sentimento de mudança nasce da sua soberana e legítima vontade e acaba contagiando todos os segmentos da sociedade sempre ávida por dias melhores.   Entendo ser dever impostergável de todos os brasileiros, sobretudo dos religiosos integrantes de todas as correntes do Cristianismo e de outros credos a  busca permanente da Verdade Absoluta para engrossar as fileiras dos esperançosos e otimistas. Continuar vibrando positivamente em favor de nossas autoridades constituídas e em favor da nossa pátria é prova irrefutável de nosso amor e da nossa extrema confiança em Deus, no homem e nos destinos da humanidade.

O nosso é o sublime, sagrado e indeclinável dever de afugentar esta nefasta, gigantesca e perniciosa onda de pessimismo que ao arrepio das leis morais insculpidas na consciência humana, invadiu o inconsciente coletivo da sociedade.  A atual crise, generosa fonte de reflexão e mudança, é semelhante às crises de 1946 na era Getúlio, e a 1964, que infelizmente deixaram sequelas intermináveis na alma do povo, vai passar. Cumpre aos brasileiros de todas as classes, de todos os credos, de todos os segmentos da sociedade saber tirar proveito do aprendizado do legado precioso das lições de vida que chegaram para permanecer grafadas indelevelmente no coração e na alma do povo. É triste e doloroso constatar e reconhecer que grande maioria da classe política a que tenho a honra de pertencer, chafurdada por sua própria conta no lamaçal lodoso da corrupção perdeu totalmente a credibilidade. Em virtude desta indesejável constatação os integrantes de nossas venerandas instituições livres foram arremetidos à linha de frente do poder da nação para justa e eticamente resgatar o sentimento cívico de cidadania e colocando-se de pé e a ordem perante a nação para poder investigar, descobrir, denunciar, julgar e punir todos os culpados, que eventualmente tangenciaram ou feriram de morte as leis do País.

O momento não é de mudar por mudar sem apresentar alternativas viáveis para fazer o País avançar. A hora é de extirpar e banir a corrupção que o venerando papa Francisco em boa hora chamou de “câncer da sociedade”. E foi na linha deste raciocínio que a respeitável e inteligente presidenta Dilma Rousseff em seu primeiro governo demitiu onze ministros por prática de corrupção e desde há muito estabeleceu um combate sem tréguas contra a corrupção esta perniciosa e indesejável lepra humana que um dia será banida definitivamente da face da terra. O instante presente é o de depositar plena e irrestrita confiança nas instituições livres do País, na certeza de que elas por amor ou Brasil e estribadas na Carta Magna que ajudei a urdir, irão trazer de volta para o colo afetuoso do povo nossa pátria amada e idolatrada.

Altaneiro e soberano o Brasil o continuará crescendo na alvissareira expectativa de que dentro em breve, equidistante de todas as suas mazelas morais, possa ser reconhecido como uma pátria verdadeiramente livre, fraterna, solidária e respeitada no concerto das grandes nações do planeta.

 

(Maguito Vilela, ex-governador e prefeito de Aparecida de Goiânia, presidente da Associação Jurídico Espírita do Estado de Goiás)

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