Droga que apodrece o corpo do usuário
Diário da Manhã
Publicado em 16 de março de 2017 às 02:25 | Atualizado há 8 anos
Originária da Rússia, o Krokodil é mais uma perigosa droga que ameaça seriamente a vida de usuários em vários países do mundo, inclusive o Brasil. Esse violento narcótico é um composto da mistura de ácido hidroclorídico, solvente, gasolina, iodo, fósforo vermelho de uso doméstico e de codeína-analgésico opioide. O nome do grande réptil crocodiliano existente na África, dado a esse temido entorpecente, se deu em razão de que uma vez injetado no corpo do individuo este passa a ter sua pele de um tom esverdeado e cheio de escamas, semelhante ao animal.
Pesquisas científicas mostram que esta droga é considerada de oito a 10 vezes mais potente que a morfina, que é o principal alcaloide do ópio, usado pelas seus resultados terapêuticos e por seus grandes efeitos tóxicos. O seu uso contínuo pode levar esses usuários à morte num prazo de até dois anos, tendo em vista que ele provoca o estreitamento dos vasos sanguíneos e, com isto, o aparecimento de uma coloração esverdeada da pele e o surgimento de escamas bem acentuadas. Outra consequência que ela causa é a gangrena, ou seja, a morte de tecidos ou órgãos do corpo humano em decorrência da perda de suprimento sanguíneo. Há, ainda, a falta de oxigenação nas pernas, mãos, braços, pés e em outros membros do corpo, gerando assim um grave processo de invasão bacteriana que leva ao apodrecimento da carne do usuário.
Atenção, especial deve ser dada à codeína, que é a metil-morfina muito utilizada como xarope para tosse, tendo em vista que sua ação antitussígena é muito positiva. Ela é, portanto, o principal composto de Krokodii. Ela é uma substância da família dos opioides, também chamada de drogas opiáceas, oriunda também do ópio, popularmente conhecido como Papoula do Oriente. Ela também é um analgésico que produz efeitos destruidores, assim como a morfina, o fentanil, a metadona e outras drogas depressoras do sistema nervoso central. A sua venda em nosso país é feita somente com receita médica, o que não acontece na Austrália, Israel, Canadá, França e Japão. A codeína e a heroína são denominadas de narcóticos semi-sintéticos, pois podem ser preparados em laboratórios.
Nos Estados Unidos foi estabelecida enorme vigilância à proliferação desta nova droga, notadamente no Estado do Arizona, onde dois viciados foram levados a um hospital em estado deplorável, pois apresentavam um quadro digno de atenção. Além de feridas profundas, as peles desses usuários estavam expostas e podiam ver até mesmo seus ossos. Outros casos foram verificados em vários estados americanos, exigindo providencias serias com objetivo de evitar a disseminação da referida droga.
Ante esta realidade, os organismos responsáveis pela saúde e segurança no Brasil, sem dúvida, precisam tomar providencias urgentes e necessárias para evitar que essa temida droga venha atuar ao lado do crack, da cocaína, do exctasy, da maconha, do LSD e de tantas outras substancias que estão comprometendo gravemente a qualidade de vida de grande parte da população.
(Anibal Silva, jornalista, delegado de polícia de Classe Especial e membro da Academia Cezarinense de Letras e Artes e da Diretoria da Associação Goiânia de Imprensa)