Opinião

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Diário da Manhã

Publicado em 25 de dezembro de 2017 às 21:56 | Atualizado há 7 anos

O tu­ris­mo mun­di­al vem flu­in­do ca­da vez mais em di­re­ção a uma ci­da­de dos Emi­ra­dos Ára­bes Uni­dos que se rein­ven­ta dia após dia: Du­bai. Pa­ra lá ru­ma­ram, no ano pas­sa­do, apro­xi­ma­da­men­te 16 mi­lhões de tu­ris­tas. Coi­sa de fa­zer in­ve­ja a es­te pa­ís con­ti­nen­tal cha­ma­do Bra­sil, que só atrai em tor­no de um ter­ço dos tu­ris­tas que vão pa­ra aque­la ci­da­de dos Emi­ra­dos Ára­bes Uni­dos.

Qual é o se­gre­do que faz Du­bai, cons­tru­í­da em ple­no de­ser­to, ser o so­nho de con­su­mo pa­ra tan­ta gen­te que gos­ta de vi­a­jar? Por que uma ci­da­de, de fa­to, cons­tru­í­da num tem­po re­cor­de de 30 anos se tor­nou, pa­ra o mun­do ára­be, o que Las Ve­gas é pa­ra os Es­ta­dos Uni­dos?

Pa­ra res­pon­der­mos a es­sas in­da­ga­ções é pre­ci­so que co­nhe­ça­mos um pou­co da fi­gu­ra do lí­der má­xi­mo que pro­vo­cou tal re­vo­lu­ção na­que­la re­gi­ão dos Emi­ra­dos Ára­bes. Tra­ta-se do sheik Mo­ham­med Bem Ra­chid Al-Maktoum, se­nhor ab­so­lu­to dos des­ti­nos da ci­da­de, vis­to que sua fa­mí­lia man­da na re­gi­ão des­de 1833.

O emir de Du­bai é um ho­mem vi­si­o­ná­rio e mui­to pre­o­cu­pa­do em dei­xar um le­ga­do pa­ra as pró­xi­mas ge­ra­ções. Re­i­na e go­ver­na nu­ma mo­nar­quia ab­so­lu­tis­ta pre­o­cu­pa­da em do­tar aque­les que pos­su­em a ci­da­da­nia do pa­ís (30% da po­pu­la­ção) de tu­do que é ne­ces­sá­rio pa­ra vi­ver bem e fe­liz nu­ma re­gi­ão que, nos di­as quen­tes de ve­rão, che­ga a tem­pe­ra­tu­ras su­pe­ri­o­res aos 50 graus Cel­si­us. Vê-se a pre­o­cu­pa­ção do sheik com o bem-es­tar de seu po­vo nos mí­ni­mos de­ta­lhes, co­mo os pon­tos de ôni­bus do­ta­dos de ca­bi­nes con­for­tá­veis com ar-con­di­cio­na­do. Es­sa pre­o­cu­pa­ção es­ten­de-se ao aces­so que tem a po­pu­la­ção a um mo­der­no sis­te­ma de sa­ú­de e edu­ca­ção de qua­li­da­de com pro­fes­so­res con­tra­ta­dos a pe­so de ou­ro no ex­te­ri­or. É co­mum o sheik do­ar mo­ra­di­as pa­ra o po­vo. Quem não ado­ra­ria um di­ri­gen­te as­sim, que tão bem sou­be fa­zer de um sis­te­ma não de­mo­crá­ti­co um ins­tru­men­to de sa­tis­fa­ção de seu po­vo?

Pa­ra es­tran­gei­ros que vão pa­ra lá tra­ba­lhar, to­da­via, exis­tem dois mun­dos bas­tan­te dis­tin­tos: o do tra­ba­lho qua­li­fi­ca­do e o não qua­li­fi­ca­do. Nes­se úl­ti­mo, im­pe­ra a lei do ca­pi­ta­lis­mo sel­va­gem, que tão bem co­nhe­cem os in­di­a­nos, pa­quis­ta­nes­es, afe­gã­os, en­tre ou­tros imi­gran­tes. Já no mun­do do tra­ba­lho qua­li­fi­ca­do, en­con­tram-se os mi­lha­res de ad­vo­ga­dos, en­ge­nhei­ros e mé­di­cos que vão pa­ra Du­bai pa­ra cum­prir con­tra­tos pro­fis­si­o­nais de tra­ba­lho. Fin­da­dos, eles re­tor­nam aos seus paí­ses de ori­gem.

Vol­to on­de ini­ci­ei: por que Du­bai vem atra­in­do par­ce­la sig­ni­fi­ca­ti­va do tu­ris­mo mun­di­al? Eis a res­pos­ta: pe­lo que a ci­da­de ofe­re­ce ? se­gu­ran­ça, lu­xo e exo­tis­mo. Tu­do que por lá se cons­trói é pa­ra ser o mai­or do mun­do. As­sim é o mai­or shop­ping, o mai­or pré­dio, a mai­or ro­da-gi­gan­te, a me­lhor Com­pa­nhia Aé­rea (Emi­ra­tes). En­fim: Du­bai é, as­sim, mo­der­na e gran­di­o­sa por­que no co­man­do de tu­do tem um sheik que sa­be o que quer e sa­be aon­de quer che­gar.

 

(Sa­la­ti­el So­a­res Cor­reia é En­ge­nhei­ro, Ba­cha­rel em Ad­mi­nis­tra­ção de Em­pre­sas, Mes­tre em Pla­ne­ja­men­to Ener­gé­ti­co. É au­tor, en­tre ou­tras obras, de Chei­ro de Bi­bli­o­te­ca)

 

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