Não somos um novo Titanic
Redação
Publicado em 24 de julho de 2015 às 00:15 | Atualizado há 10 anosCom 8 milhões de desempregados e índice crescente, indústria estagnada e empresários desmotivados, o Brasil está afundando. Juros altos e bloqueio de financiamentos nunca resolveram crise. É preciso liberar os botes salva-vidas!
O navio Titanic foi construído em 1911 e, antes de sua viagem inaugural, o engenheiro responsável teria dito: “Nem Deus afunda esse navio.” E afundou! Um iceberg cortou o casco provocando o naufrágio. Mas a tragédia só teve a grande dimensão que conhecemos devido ao número de mortes provocadas pela redução de botes salva-vidas, medida tomada para conter gastos e que acabou com a vida de mais de 1.500 pessoas.
Assim está o Brasil. Um País de grandes riquezas naturais, de solo fértil, com o bioma mais diverso do mundo e que projeções indicam que em pouco tempo deve ser o maior fornecedor de alimentos do planeta, com tudo para dar certo, mas que está afundando. Fazendo a analogia, podemos considerar a crise mundial o iceberg, que pode até perfurar o casco, mas as mortes – da economia, dos empregos e da autoestima do brasileiro – estão acontecendo por medidas impensadas deste governo, para tapar um rombo que ele mesmo criou.
Ao invés de estimular a competitividade do país, gerando empregos e atraindo investimentos, tomaram medidas que aniquilam com nossas chances frente a países como China e Índia. Uma nova pesquisa divulgada pela Confederação Nacional das Indústrias – CNI, revela que atingimos o nível mais baixo de utilização da capacidade instalada, ou seja, o volume do que é produzido foi 65% menor do que poderia ser produzido. Isso é um reflexo da alta carga tributária, da estagnação econômica, da queda no consumo e ainda do alto (e cada vez mais alto) custo da energia elétrica assim como, muitas vezes, da falta dessa infraestrutura básica para a produção.
Mas o pior dado dessa pesquisa é que os empresários, mesmo tendo atingido o pior índice desde 2011, ainda esperam que essa situação piore nos próximos meses e estão com o pé no freio quanto a intenções de investimentos.
O resultado é óbvio: a taxa de desemprego não para de subir. Segundo o IBGE, já são 8 milhões de brasileiros desempregados no País. E mesmo aqueles que estão empregados estão inseguros e apavorados com a possibilidade de engrossar as estatísticas de uma hora para outra. Pesquisas apontam que metade da população teme o desemprego.
Não é coincidência que o índice de popularidade da presidente tenha atingido o menor índice histórico de aprovação, de apenas 7,7%. Ninguém suporta e nem aceita mais esse desgoverno truncado e impensado, repleto de improvisos e enlameado com denúncias de corrupção. Tanto que, sob a justificativa da crise econômica, quase 63% da população querem o impeachment da presidente. O mais curioso é que em declarações institucionais, o Planalto se declarou surpreso com tamanha rejeição, como se fosse algo imprevisível. Ora, só podem mesmo estar de brincadeira!
Ainda é tempo de agir: ou disponibilizam os botes salva-vidas, ou arcam com a morte de nossa economia e com todas as consequências que este fato acarreta. O Titanic, mesmo com toda a sua grandiosidade, tecnologia e luxo, hoje é lembrado apenas pelo naufrágio e pelas mortes que provocou. O Brasil não pode ir pelo mesmo caminho. Não afundem o nosso País. É preciso baixar juros, estimular a economia, liberar financiamentos e deixar o País fazer aquilo que sabe: produzir, trabalhar! É assim que se vence uma crise!
(Sandro Mabel, presidente do Sindicato das Ind. de Alimentação do Estado de Goiás-Siaeg)