O prazer de jogar
Diário da Manhã
Publicado em 16 de outubro de 2018 às 00:08 | Atualizado há 7 anos
Jogos de tabuleiro são maneiras de conhecer as pessoas. Imagine que três casais se encontram periodicamente para os mais variados tipos de desafios intelectuais, de estratégia e de conhecimento. E imagine ainda quando o real e imaginário se misturam de maneiras inusitadas nessas atividades lúdicas.
Esses são os princípios do filme ‘A noite do jogo’, dirigido por John Francis Daley e Jonathan M. Goldstein, com especial destaque no elenco para Rachel McAdams. O ponto alto da narrativa está nas relações psicológicas entre os participantes das brincadeiras, que vão ganhando a dimensão de realidade cena a cena.
Por um lado, está o casal central, com a esposa querendo engravidar e o marido temendo que uma criança prejudique a vida deles, inclusive os encontros semanais para jogar. Temos ainda o par que declara constantemente amor um ao outro, mas com uma ‘traição’ que vem à tona; e ainda o macho sedutor que participa das atividades sempre com parceiras diferentes.
O espírito competitivo predomina, com a presença ainda de um policial vizinho que, enquanto casado, também participava dos encontros de jogos, mas que foi excluído pela sua personalidade deprimida e agressiva.
Acima de tudo, o filme revela que jogar é uma forma de sonhar, de se relacionar e de escapar de uma vida cotidiana que pode muitas vezes parecer sem atrativos. Também é uma forma saudável de aprender a se relacionar com o mundo. Tudo isso é discutido com doses de humor que geram uma construtiva reflexão sobre o cotidiano de nossas vidas.
(Oscar D’Ambrosio, mestre em Artes Visuais e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, é Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo)