Opinião: Quem pariu Mateus que balance!
Diário da Manhã
Publicado em 6 de dezembro de 2017 às 22:39 | Atualizado há 7 anosEssa frase chama atenção para a responsabilidade que os pais têm para com os filhos. No passado as famílias tinham a consciência da obrigação de cuidar e educar os filhos, até completarem a maior idade. Após os 18 anos, os pais figuravam apenas como conselheiros e exemplares orientadores. Não havia, àquela época, o negócio que tem hoje, onde as famílias fazem os filhos e os entrega ao governo para cuidar e educar.
Constituir família dessa forma, ficou fácil, é só colocar o filho no mundo e entregar ao poder público para tomar conta. Eu sei que a alegação dos pais é que não têm com quem deixar os filhos para trabalharem. Eu sei, também, que os pais têm direito e necessidade do apoio do poder público.
É uma ajuda importantíssima, paga pela sociedade, mas que visa evitar um mal maior. Todavia, percebo que, ao mesma tempo que ajuda, prejudica muito à formação e a educação das crianças. A convivência dos pais com os filhos, é indispensável, produz vínculos familiares e ninguém substitui.
Até os animais, chamados de irracionais, não entrega os filhos para outros criarem e educarem, mesmo que sejam da mesma espécie. Os animais, cada um ao seu modo, se responsabilizam pelas crias do começo ao fim. No reino animal, nenhuma mãe confia os filhos aos outros, ainda que sejam, como disse, da mesma raça.
Agora, já o animal homem, dito racional, que tem a missão de dominar tudo sobre a terra, não é capaz ainda de assumir a total responsabilidade pelas suas criaturas. Como o governo não está preparado e nem tem o dever de criar filhos dos outros, acaba sendo um mal cuidador e educador dessas crianças.
Penso que, ao invés do governo assumir essa missão, que não é sua, por qualquer motivo, dever-se-ia dar condições aos pais de cuidarem e educarem a sua prole. Acredito que dessa forma, todos sairiam ganhando, principalmente as crianças.
As estatísticas têm mostrado o alto índice de crianças e adolescentes vivendo nas ruas das cidades, sem a proteção dos pais, sem a segurança do governo, e sob a orientação e controle das pessoas que vivem fora da lei. Essa população de menores, lamentavelmente, está perdida, sem rumo, condenada ao fracasso e sujeita as garras dos malfeitores.
Os governantes, enquanto candidatos, costumam prometer tudo, inclusive investir no social, o que na prática nunca acontece, satisfatoriamente. O Brasil é um dos campeões do mundo em desigualdades sociais. É um país rico, tem um povo trabalhador, mas pucos detém a maioria das riquezas produzidas no solo brasileiro.
O produto interno bruto, que é a soma de tudo que se produz, fica nas mãos dos tubarões, dos corruptos e dos ladrões do erário público. A esperança é que o povo está acordando e se mobilizando para passar o país a limpo. Se isso realmente ocorrer, significa mudanças radicais na vida político-administrativa do País. Que fique claro, não sou contra a ajuda do governo às famílias na criação dos filhos, sou apenas favorável que essa missão seja prioritariamente das família.
(Gercy Joaquim Camêlo, coronel da Reserva Remunerada da Polícia Militar de Goiás)