Para o povo ficar contente, vote em Lineu para presidente
Redação
Publicado em 1 de abril de 2015 às 11:41 | Atualizado há 10 anosJosé Carlos Vieira Especial para Opiniãopública
Estava analisando as manifestações contra a presidente Dilma Rousseff e fiquei com algumas reflexões profundas sobre a política. Não sou filiado ao PT, embora já tenha sido candidato a vereador duas vezes aqui em Rio Verde por esta sigla. Mas faço uma análise critica, e creio que não se deva fazer uma reforma política e sim uma reforma dos políticos. Suspender os mecanismos que levam um candidato a roubar ou recuperar o dinheiro investido na campanha. Já existe um teatro, um roteiro, e quem entra na política deve seguir um figurino já estabelecido, caso contrário ficará marginalizado. Mas agora vou lançar o meu candidato.
O personagem Lineu, vivido pelo ator Marco Nanini, é um agente da Vigilância Sanitária acima de qualquer suspeita na série apresentada pela A Grande Família, na Rede Globo. Ele não aceita propina, desfila bons exemplos, prega a honestidade, briga com seu companheiro Mendonça para que ele também possa viver na decência e transparência. É um modelo que todo político deveria ser, com honestidade, transparência e respeito ao dinheiro público e à ética profissional. Lineu cobra postura, atitudes, dá o exemplo e é para mim o melhor personagem do programa A Grande Família. Se o Brasil tivesse diversos Lineus na política haveria menos bagunça e votos nulos nas eleições, pois o povo está descontente para votar e cobrar compostura de seus candidatos. Não é uma sigla ou coligação, é o bolo dos políticos que passam essa ideia, uma descrença na fé pública. Não é só o escândalo da Petrobras, pois desde que Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil as maracutaias se multiplicam em todos os níveis e estados. Criticar é fácil, difícil é apontar soluções, mas eu sugiro uma mudança nova no jeito de governar, diminuindo a oportunidade de roubos, desvios, superfaturamentos. Em tese, o político deveria ser um servidor da população, porém, na prática tudo fica invertido.
Os líderes se formam pelos seus bons exemplos e atitudes, coerências e determinações pela maioria e não apenas por uma defesa dos interesses de meia dúzia de pessoas. No próximo ano haverá eleições para prefeito e vereador, e novamente os discursos falarão de saúde, saneamento básico, cultura (ou falta dela), educação (ou falta dela), esgoto, segurança (ou falta dela), infraestrutura, medicina preventiva. Ou seja, coisas que não foram e nem serão cumpridas, embora o modelo de cobrança seja este. Como votar e em quem votar é a questão estimulada, buscada, determinada, analisada pelo povo, carente de sorte, recursos, identificações. Como votar no beltrano se ele será pior que o ciclano, que por sua vez é bem inferior ao fulano? Político não é nenhum extraterrestre, é gente que sai do meio do povo e busca representar uma parcela, setor, sindicato, até cidade ou País. O voto nulo muitas vezes se justifica porque a população está desiludida, carente, órfão de grandes representantes. Mas também não adianta um eleitor desonesto procurar um político honesto. Correto?
Por todas essas questões definidas, lanço Lineu para presidente do Brasil (ou para vereador, prefeito, governador, senador, qualquer cargo público), mesmo sem partido, carimbo ou tendência política. Cada candidato deveria seguir os passos pregados por Marco Nanini e seu personagem coerente, desbravador, idealista, e tomara que a nossa realidade possa ser bem parecida com a ficção vivida na televisão. É fácil jogar pedras nas pessoas, pois não temos as responsabilidades delas. Não estou defendendo nem a presidente Dilma ou seu anterior rival derrotado, Aécio Neves. Estou falando de uma conjuntura, de mexer em privilégios e resgatar o moral e a moral da classe política. Todo sonho só se transforma em realidade se a gente tentar, buscar sua concretização. Lineu para presidente é minha opção, pois pode dormir um Lineu em todos nós, esperando uma chance de mostrar sua criatividade, honestidade e sensibilidade com a maioria da população. A dona Nenê, sua esposa (personagem vivida na trama pela atriz Marieta Severo), não irá ficar com ciúmes. Um humilde fiscal da Vigilância Sanitária pode acordar o Brasil, basta a gente tentar e querer mudar o perfil do político. Finalizando, fica meu recado e minha proposta: para o povo ficar contente, vote em Lineu para presidente. Se ele não corresponder vá ao Procon e pegue seu voto de volta.
(José Carlos Vieira é escritor, jornalista do Jornal Folha da Cidade, Rio Verde, E-mail [email protected])