Opinião

Tiradentes não foi enforcado? Fugiu para Lisboa? Quem morreu no seu lugar?

Redação

Publicado em 24 de abril de 2015 às 00:12 | Atualizado há 10 anos

Henrique Dias Especial para  Opiniãopública

Já que passaram as comemorações acho que posso tocar no assunto sem o risco de ser linchado. O leitor normal está achando que eu exagero? Agora querem palpitar até sobre “como” escrevo. Não admitem que alguns não se importam que eu fique repetindo as minhas teses, opiniões e críticas, sabem que este é o meu estilo, me suportam e alguns, por incrível que possa parecer à estes “desocupados de plantão”, até gostam, principalmente das criticas que faço às biografias pintadas, decoradas, maquiadas, adulteradas, deformadas e muitos e muitos “adas”, enfim, não suporto tais mentiras, além da educação rigorosamente religiosa, quando eu era moleque me apoderei duma coletânea de biografias do papai, Antônio Gonçalves Dias Filho (1933-83) – nome pomposo né? – quatro volumes, “Ensino Renovado de Biografias”, Editora Formar, São Paulo. Que pena, só tenho dois volumes, do “A” ao “C” e do “L” ao “P”. Adolescente comecei a “ver” que a História é mesmo contada pelos poderosos e revisada por intelectuais, pesquisadores, historiadores que, muitas vezes, consomem suas vidas lendo incessantemente, diuturnamente e, muitas vezes, também, deixam o trabalho, de toda uma vida de árduas pesquisas, num “relatório” ou num “livreto” que será lido por poucos. Tudo isto será corrigido agora, com o advento da alta tecnologia. Tudo o que for significativo será tratado condignamente. Vou tentar fazer jus ao título encerrarando este primeiro parágrafo.

Sou “gonçalvino” – “existe nos dicionários” – não há como não sê-lo, entretanto, o fato de Tiradentes não ter morrido enforcado coisíssima nenhuma e, mais, que 14 anos depois teria montado um negócio na cidade do Rio de Janeiro, na Rua Gonçalves Dias, à época Rua dos Latoeiros, está em tudo quanto é canto na tal da Internet, é só comprovar. E por falar em historiadores que revisam, redescobrem, desmistificam a história, o carioca Marcos Correa é um exemplo singular devido às coincidências, que mais parecem milagres, ocorridas em 1969 quando foi pesquisar, em Paris, a vida do “Patriarca da Independência, o paulista, estadista, poeta José Bonifácio de Andrade e Silva (1763-1838) e encontrou, ao lado da sua assinatura, na lista de presença da “Assembleia Nacional” francesa, a assinatura dum tal de Antônio Xavier da Silva. Correa foi funcionário do Banco do Brasil, formado em grafologia e havia estudando durante um longo tempo a assinatura de José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes. Achou incrível a similaridade, a semelhança daquela assinatura com a de Tiradentes. Aí começou as suas pesquisas que são contestadas, claro, mas a verdade um dia virá à tona. Tiradentes teria fugido, como D. Pedro II faria anos depois, incógnito, com a ajuda dos irmãos maçons, para a Europa.

Em 21 de abril de 1792 Tiradentes teria sido trocado por um ladrão, o carpinteiro Isidro Gouveia que havia sido condenado à morte em 1790. Teria assumido a identidade de Tiradentes com a promessa de uma significativa ajuda financeira à sua família. Muitas testemunhas disseram que o homem sacrificado e esquartejado não aparentava 45 anos e nem estatura similar a de Tiradentes. Seu corpo foi esquartejado e pedaços foram espalhados por Minas Gerais. Sua cabeça desapareceu. Hipólito da Costa em sua obra “Narrativa da Perseguição” documentou tais diferenças físicas. O escritor Martim Francisco Ribeiro de Andrada, no livro “Contribuindo”, de 1921: “Ninguém, por ocasião do suplício, lhe viu o rosto, e até hoje se discute se ele era feio ou bonito”.

Eu prometi e pretendo cumprir. Vou escrever uma série sobre uma das minhas dúvidas mais cruéis: “Che Guevara teria sido assassinado em Cuba, não na Bolívia?”. Por que as suas mãos nunca foram encontradas? Até.

 

(Henrique Dias, jornalista)

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