Tributo a José Lúcio Alves Vieira, cidadão de Jataí
Diário da Manhã
Publicado em 12 de maio de 2016 às 02:13 | Atualizado há 9 anos
Ousamos vaticinar que ao decidir dar mais um mergulho no Jordão da carne, o espírito que haveria de animar a indumentária física do nosso ilustre homenageado o fez sob o pálio misericordioso da Divina Providência. Cauteloso e inteligente, ao arquitetar seu abençoado e muito bem urdido projeto reencarnatório, aquele espírito viajor da eternidade e que projetava voltar ao orbe, ao fazê-lo não assumiu compromisso de crescer em estatura, mas, tão somente, em “sabedoria e em graça diante de Deus e dos homens”.
Antes de elaborar de forma cautelosa seu projeto de retorno ao tabernáculo da carne para mais uma experiência reencarnatória, jornadeou pelas cercanias de Ribeirão Preto, a Capital do Café e tomou conhecimento de que em época bastante recuada alguns tropeiros do interior paulista haviam construído, naquela região, um posto de abastecimento dando origem a uma pequena comunidade de proprietários rurais. A 16 de julho de 1818 o Alferes João Alves de Figueiredo determinou a construção da capela na região que fazia parte do “Velho Caminho de Goiás”. Será que a terra de Anhanguera já dormia nos sonhos daquele cidadão do Universo? A 10 de março de 1885, o Distrito de Paz da Nossa Senhora do Carmo de Franca do Imperador transformou-se em Ituverava que em tupi significa “Salto Brilhante”.
Altaneiro e soberano o tempo passava rapidamente quando em dado momento histórico, precisamente a 8 de janeiro de 1963, o lar humilde, jubiloso e feliz do ourives Eurípedes Vieira Alves e da dona de casa Maria Aparecida Vieira foi agraciado com a chegada do quarto rebento de sua numerosa prole. Ao vir a lume revestido na indumentária física masculina o robusto garoto que trazia em sua bagagem, além de grandes virtudes e marca indelével de muitas andanças pelo caminho do tempo, recebeu no Cartório de Registro Civil o nome de José Lúcio Alves Vieira. Da fraterna, harmoniosa e duradoura união conjugal de seus genitores adveio ainda o nascimento de seus irmãos: Denise, Eloisio, Miriam, Sérgio, Luiz Henrique e Adriel. A do nosso ilustre homenageado haveria de ser, como efetivamente é a senda de uma trajetória missionária luminosa e “brilhante” ensejando-lhe a feliz oportunidade de dar um “salto” de qualidade impulsionando seu processo educativo de alma viajora que demanda o país da luz. O alicerce forte, inabalável e vigoroso para a construção de sua personalidade ilustre, ousada e sem jaça começou ali mesmo em sua terra natal onde ele fez o primário na Escola Estadual Professor Francisco Ribeiro e o curso ginasial na Escola Estadual Professor Silvio Bizutti. Franzino, livre e descompromissado com a tarefa de crescer em estatura, aquele jovem de corpo esbelto, músculos ágeis, estava ávido por agregar as luzes do saber e do conhecimento ao rico patrimônio de sua muito bem projetada personalidade. E na linha deste raciocínio demandou a cidade mineira de Uberaba, onde fez o curso médio no colégio de José Ferreira. Ali mesmo na Meca do Espiritismo Brasileiro, que encanta sublimando de amor, de luz e de generosidade o abençoado Triângulo Mineiro, aquele garoto iluminado que em terras goianas um dia seria imortalizado como o Zé Lúcio, ao depois de terminar com méritos seu curso acadêmico, colou grau em 1986 na Faculdade de Odontologia da Uniube. Assim que chegou à abençoada terra de Francisco Cândido Xavier em 1982, aquele jovem inteligente e perspicaz que ainda hoje parece ser “de menor”, teve a grata ventura de conhecer a bela, graciosa e encantadora jovem Gláucia Regina Moreira nascida na vizinha cidade paulista de Igarapava. Encantado com a exuberante beleza física e pasmo diante da excelente formação moral daquela jovem, logo se enamorou da coitada que viria a ser mais tarde a sua legítima esposa. É bem provável que no projeto reencarnatório de Gláucia Regina estava registrada sua missionária tarefa de aprender a cultivar paciência, a tolerância e a resignação, visto que atraída pelos encantos juvenis daquela quase criança quedou-se irreversivelmente vencida diante da força magistral do cupido.
Alvorecia a Primavera e o sopro suave da brisa perfumada que vinha das campinas verdejante anunciava a chegada de um novo amanhecer para a história da humanidade. As flores desabrochavam perfumosas nos jardins da esperança e os pássaros alegremente esvoaçavam entoando melodias de amor, quando no ditoso dia 24 de setembro de 1988, José Lúcio Alves Vieira e Gláucia Regina Moreira contraiu matrimônio na bela e hospitaleira Igarapava. Ao tornar-se esposa daquele que um dia viria a ser o mais querido Xaropinho do Sudoeste Goiano, ela acrescentou ao seu nome o apelido de família do marido, passando a chamar-se Gláucia Regina Moreira Vieira. Esta união fraterna e harmoniosa seria ao depois agraciada com a chegada de suas encantadoras filhas Carla Moreira Vieira e Elisa Moreira Vieira, além da neta Alice Camargo Vieira, que fez o tal “homim”, virar criança de novo. Vale lembrar que ainda solteiro, no ano de 1986, o jovem odontólogo recém-formado e oriundo da região do “Velho Caminho de Goiás”, desejoso de crescer material, intelectual, profissional e espiritualmente, já que fisicamente seria totalmente impossível fazê-lo demanda à portentosa cidade de Jataí, incrustada nas barrancas do Rio Claro no Sudoeste de Goiás. Fraterna e amoravelmente a cidade apiária abriu os braços do coração para receber e aconchegar afetuosamente o jovem profissional que chegava a busca de remansoso e seguro abrigo, encontrou guarida no solo fértil e generoso da terra do mel e, ali estabeleceu morada com animus definitivo. O audacioso e arrojado viajor peregrino chegou para conquistar definitivamente o respeito, a simpatia, a confiança e o acentrado amor de seus futuros conterrâneos. Aculturando-se cada vez mais profissional e doutrinariamente não tardariam a chegar à prosperidade material, ao assustador e meteórico progresso profissional e ao avanço espiritual na senda das almas iluminadas que arrojadas e audaciosamente demandam o país da luz em busca própria da plenitude. Empresarialmente Zé Lúcio é um homem bem-sucedido e vitorioso a partir da denodado esforço despendido para construir com as lágrimas do próprio sacrifício e inaugurar em 2012 o Lavitre Hotel, segundo ele uma obra beneficente eis que edificada em benefício dele e de sua própria família. Segundo as informações de quem o viu jogar futebol para a nossa vergonha pessoal e do Garrincha ele nunca passou de um sofrível ponta direita. Enquanto torcedor amarga a difícil provação de torcer para o São Paulo Futebol Clube, visto que foi reprovado, liminarmente, no teste de estatura física que daria a ele a feliz oportunidade de realizar um sonho desde há muito acalentado de ser torcedor do Corinthians. Hoje em diverso caminho tem como hobby o jogo de tênis.
Bem aventurado e abençoado foi o venturoso momento em que o nobre Poder Legislativo de Jataí aprovou por unanimidade a propositura do ilustre vereador Geovaci Peres de Assis que outorgou o título de cidadania jataiense a José Lúcio Alves Vieira. Jataí inteira, engalanada e feliz vibra altaneira, soberana e jubilosamente com esta feliz iniciativa de seus ilustres e respeitáveis parlamentares, legítimos representantes da vontade livre e soberana do povo generoso e hospitaleiro da terra do mel. Ao outorgar neste último dia 29 de abril de 2016 o merecido Título de Cidadania Jataiense àquele que em Goiás se imortalizou simplesmente como Zé Lúcio a Câmara Municipal de Jataí em gesto ético de raríssima felicidade, honra e dignifica a sua gente com a consolidação desta importante conquista.
A cidade ganha não apenas um novo filho mais consolida e estratifica materializando a presença de um empresário bem sucedido, um extraordinário profissional de odontologia, um grande cantor, um músico de raríssima inspiração e de extrema sensibilidade, um compositor de escol, um palestrante espírita estudioso e inteligente, um médium cauteloso, sensível e doutrinariamente disciplinado. Eis o perfil da matriz parental do novo cidadão de Jataí: bom filho, irmão generoso, marido dedicado e fiel, excelente pai de família e de um exemplar humano de raríssimas qualidades morais. O maior e o mais importante legado que o sereno e equilibrado evangelizar e conferencista espírita Zé Lúcio (fã incondicional de Amado Batista e Wesley Safadão) deixará à posteridade é o conjunto musical jataiense denominado “Grupo Luz”. Nascido alhures, além-fronteiras dos nossos estreitos horizontes terrenos e para aqui transplantado por acréscimo da Misericórdia Divina ousamos vaticinar que o já famoso conjunto musical materializado graças a uma bem -sucedida parceria entre Zé Lúcio, Allan Paixão e Thiago Moisés, é um mecanismo vigoro e de excelente magnitude para, através da arte, levar a mensagem luminosa e cristalina do Evangelho de Jesus a toda criatura. Seja muito bem vindo a Jataí conterrâneo José Lúcio Alves Vieira. Entre que a casa é sua. Esteja sempre em paz.
(Irani Inácio de Lima, presidente da Associação Jurídico Espírita de Goiás)