Um Amor Inesquecível
Diário da Manhã
Publicado em 26 de maio de 2016 às 02:33 | Atualizado há 9 anosEra o ano de 1977, um período de grande relevância em minha vida, estava de passeio pelo México, país lindo, povo acolhedor e uma cultura excepcional que encanta a todas as pessoas que conhecem esta belíssima nação. Andando pelas ruas da cidade do México e vendo toda a sua arquitetura singular, conheci vários pontos turísticos e em seguida fui para Acapulco uma cidade com praias belíssimas que faz alegrar aos nossos olhos, com a pintura esculpida pelo criador de seus mares na orla de sua cidade.
Um dia com muita fome fui a restaurante para saborear as delicias de suas comidas típicas, ao chegar ao restaurante vejo uma linda mulher, olhos azuis, cabelos pretos, lábios delineados, uma jóia como nunca tinha visto, não consegui conversar, pois era uma das ajudantes do restaurante, exercendo todos os afazeres, aquela mulher tinha mexido com meu coração que não haveria de esquecer, por muitos anos fazendo parte de minha vida, alegrando o meu viver, sendo o desígnio do nosso destino.
Lembro bem que era 17 de julho de 1977, às 22 horas, observo ela saindo do restaurante e a sigo para conversar e tentar me aproximar, em uma rua paralela ao restaurante, percebo que ela encontra dificuldades em atravessar a avenida e ir do outro lado da Rua para conseguir um táxi , vendo o seu desespero cheguei e disse:
– Tem algum problema, posso ajudar?
Então ela respondeu:
– Obrigado, logo chegarei do outro lado da Rua.
Ao fechar o sinal, andei junto a ela e começamos a conversar e falar das nossas vidas, disse a ela que estava a passeio que era brasileiro de Goiás, Goiânia uma cidade bela de arquitetura sofisticada, então ela disse:
– Nunca ouvi falar, mas deve ser bonita, conheço muito a cidade do Rio de Janeiro, pois morei lá alguns anos, com tio Pablo Hernandez ajudando ele em uma loja de tecidos, depois voltei ao México, pois precisava ajudar minha mãe que se encontrava doente e hospitalizada em um hospital de Guadalajara.
Em seguida ela perguntou:
– Como você se chama?
Depois respondi:
– Samuel Peixoto
E depois ela perguntou:
– Qual é a sua profissão?
Por fim disse:
– Sou engenheiro civil, trabalho na construção de casas em todo o estado de Goiás e no Brasil.
Vendo sua disposição para a conversa então perguntei:
– Qual é o seu nome?
Ela sorriu e disse:
– Helena González
Dando prosseguimento ao assunto a indaguei:
– Quantos anos têm, qual a sua profissão?
Por fim respondeu:
– Vejo que está curioso com relação a mim, tenho 30 anos sou ajudante no Restaurante Ilha do Caribe.
Animado com o desenrolar da conversa disse:
– Posso lhe fazer uma ultima pergunta?
Então ela respondeu:
– Sim! Claro o que é?
Por ultimo disse:
– Você é Solteira?
Ao dizer isto ela falou:
– Sim, sou solteira, por quê? Qual o interesse?
Sentindo que ela ficou meio cismada comigo responde:
– Sabe Helena é porque eu gostaria de lhe fazer um convite para sairmos, pois gostei muito de conversar com você.
Ao dizer isto ela indagou:
– Mesmo! Que dia você quer que saiamos, tem que ser um dia que estou de folga, pois trabalho muito.
Enfim a perguntei:
– Que dia então podemos sair?
Helena enfim respondeu:
– No Sábado, pois neste dia não trabalho, pois faço hora extra nos outros dias.
Sentindo a alegria pulsar em meu coração disse:
– Então está certo, Sábado a gente se encontra, onde fica a sua casa ? Para passar lá e irmos para o passeio.
Helena então falou:
– Passe em minha casa que fica na Rua dos Girassóis numero 200, vou estar te esperando lá pelas oito horas da noite.
Enfim responde:
– Pode ficar tranqüila! Estarei lá pode esperar.
As horas e os minutos deixavam a ansiedade mais difícil dentro do meu pensamento, pois era uma felicidade intensa encontrar com aquela que havia conquistado meu coração e seria eterna em minha vida. Aproxima-se o sábado e enfim chega este grandioso dia, a noite silencia a expectativa, aconselhando com ternura aquele momento, chamo um táxi e chego ao endereço indicado por Helena ao aproximar de sua casa o sentimento de amor invade meu coração, ao bater a porta, quem abre é seu pai Raul González, ao abrir com olhar desconfiado disse:
– Quem é você? O que quer, com minha filha estrangeiro?
Ao terminar de falar eis que Helena aparece linda com um vestido branco, Tiara na cabeça e usando salto alto, retrucou ao seu pai dizendo:
– Não seja mal educado pai, ele é um amigo meu do Brasil, é uma pessoa boa.
Ao falar isto seu Raul disse:
– Perdão meu nome é Raul, desculpe pela recepção é que me preocupo muito com minha filha, você compreende não é mesmo , ela é minha única filha que tenho , sinto que devo zelar pela sua reputação, desculpe se é amigo de minha filha é meu amigo também, mas não se demore Helena, pois me preocupo com você.
Percebendo a sua preocupação disse a seu Raul:
– Não se preocupe seu Raul vou proteger ela de todos os perigos pode ficar tranquilo!
Passados estes instantes saímos e fomos a um restaurante muito bonito e refinado se chamava Casa Blanca muito organizado, o recinto na parte da frente era um restaurante e ao fundo um ambiente privado para a dança onde os cantores cantavam todos os estilos musicais desde Salsa, Bolero, Rumba, Jazz, mas era executado em sua maioria somente Bolero, ao jantarmos conversamos bastante e após uma pausa do almoço, algumas horas depois, disse a ela para irmos dançar, então ela respondeu:
– Vamos! Pois gosto muito de bolero é minha musica preferida.
Ao ir para a área restrita a dança ficou gravado em minha memória a musica que faria parte de nossas vidas que se chama Hasta que me Olvides do cantor mexicano Luis Miguel, dançando com Helena senti que era o momento ideal para dizer sobre meus sentimentos, com coragem, disse
– Helena vamos sair daqui preciso lhe dizer algo.
Ela então indagou:
– O que foi? Diga estou curiosa.
Neste instante disse:
– Helena o que tenho para lhe falar é a expressão maior do que estou sentindo por você desde o primeiro minuto , segundo que a vi gostei de você, você pode até não acreditar, mas é verdade, Helena você aceita namorar comigo?
Ouvindo tudo com olhar de perplexidade ela disse:
– É de verdade o que está sentindo por mim, pois quero algo sério, sou moça de família, meu pai é muito cuidadoso comigo e não aceita que brinque com meus sentimentos, se for para namorar sério aceito, pois gostei de você, se não é melhor ir embora e me esquecer.
Ao concluir essas palavras responde a ela:
– Lógico Helena, eu nunca tive dúvida do que eu sinto por você , você é o raio de sol que ilumina meu coração , é a força para superar todas as dificuldades , enfim Helena eu te amo quero passar todos os dias da minha vida com você.
Terminando de dizer isto ela sorriu e se aproximou e disse:
– Eu aceito, também sinto algo por você que não consigo explicar, você mexe com meus sentimentos.
Dizendo isto, abraçamos e beijamos e aquele lugar foi à testemunha do nosso amor que se perpetuaria por muitos anos em nossa união matrimonial, hoje em 2016 com 63 anos trabalhando e morando em Goiânia na área de Engenharia e minha esposa Helena sendo professora universitária de Historia em uma Universidade nesta capital, juntamente com meus filhos Paula e Rafael, tenho a felicidade da ternura em cada minuto de nossas vidas, tendo a consciência que o amor acontece basta acreditar, pois em um simples olhar se realizou a concretização , Um Amor Inesquecível sereno na convicção.
(Ruy da Penha Lôbo, graduado em Letras Espanhol – UCG – Hoje PUC Goiás)