Opinião

Uma análise sistemática e psicológica do humor 

Diário da Manhã

Publicado em 2 de dezembro de 2015 às 22:23 | Atualizado há 9 anos

Nossa existência se compõe de pensamentos e sentimentos ao longo de nossos dias enquanto seres pensantes. Embora, nos vemos e compreendemos como seres inteligentes, erramos quando não compreendemos nossos próprios sentimentos e emoções capazes de nos adoecer ou os curar das mais diversas enfermidades psíquicas e físicas.

A palavra humor vem da palavra húmus que também tem como significado manter a umidade. Todos nós percebemos aquelas pessoas mal humoradas ou pessoas secas, vazias ou impessoais. Quando cultivamos o humor estamos trabalhando a produções de hormônios reguladores de nosso bem estar que produzem dispositivos químicos que impedem doenças tais como depressão, síndrome do pânico, transtorno bipolar do humor ou doenças como gastrite nervosa, enxaqueca, fibromialgia, etc. Doenças desenvolvidas pela nossa pré disposição genética, mas acelerada ou acionada pelo nosso mal humor pela vida, pelas pessoas ou por si mesmo.

O mundo a nossa volta não tem sido um bom estimulador do humor. Hoje a palavra que mais se ouve nas conversas de todo matiz é a crise. Outra palavra ou sentimento que deveria ser melhor trabalhada e experienciada, pois crise vem do verbo acrisolar que significa limpar, tornar-se melhor; mas que todos temos medo e receamos o tempo todo.

Assim geramos em nós um mal estar com a vida interna e externa. O distanciamento e uso indiscriminado pela informática também contribuem para a falta de tato e de afeto entre as pessoas. Os encontros e bate papo via internet vem sendo cada vez mais comum entre os jovens. As pessoas não estão totalmente despertas para compreender que, quando estamos dialogando via internet com pessoas que nunca tivemos a oportunidade de conhecer pessoalmente, estamos dialogando com “fantasmas”. Quem está do outro lado da internet pode ser o que quiser ser. Numa palestra cheguei a comentar que atrás de um computador posso fazer qualquer mulher que esta em busca de alguém, a se apaixonar por mim (rsrs). Pode e sei que é arrogância minha; mas trabalho com pacientes do sexo feminino – em sua maioria – há vinte e nove anos, portanto, embora não posso dizer que conheço as mulheres, sei o que elas gostam de ouvir e as compreendo melhor do que pessoas leigas, juntando isso à habilidade que venho adquirindo de escrever e acrescentando ainda às muitas leituras sobre o comportamento feminino, mais a imaginação “fértil” e por não estar me expondo fisicamente. Qualquer pessoa pode ser o que sua imaginação pode lhe oferecer para satisfazer o seu ego.

Muitas pessoas sofrem de distúrbios do humor patologicamente; mas o número vem aumentando pela falta de relacionamentos e desafios (problemas) adquirindo ou surgido ao longo de nossa caminhada terrena, portanto, não podemos negar que são doenças adquiridas pela falta de humor e o pouco esforço de cada um para despertá-lo em si para melhora de sua vida diária. Nossa experiência profissional nos mostra que o emocional é fator sine Qua non para aquisição ou cura de nossas doenças. Quando aprendemos a sermos bons observadores iremos perceber que as pessoas bem humoradas, alegres e descontraídas são pessoas mais felizes e vivem mais e com mais qualidade de vida.

Vivemos, na maioria das vezes, sobre os clichês estabelecidos pela comunidade da qual fazemos parte. Ligamos a tristeza e alegria a situações externas que, muitas vezes, não condiz com nossos sentimentos internos. Vivemos numa contradição de situações e sentimentos/emoções. Se não estivermos dispostos a ir além dos clichês e dos fatos, construímos para nós mesmo uma prisão de solidão. Mesmo quando estamos rodeados de pessoas podemos nos sentir tristemente sozinhos, angustiados e ansiando por conhecer e sermos conhecidos, amar e sermos amados.

As pessoas bem humoradas compreendem melhor o amar e ser amado. Estas pessoas não tem a necessidade de invejar ou ficar irritado diante da alegria do outro, tal como acontece com o mal humorado que, ao perceber a alegria alheia se sente ainda mais angustiado e triste, despertando ainda mais seu mal humor e enviando ao cérebro mais informações para não produção de hormônios reguladores do humor e como o cérebro é burro e somente executa aquilo que a mente determina, ele (o cérebro) cessa a produção dos hormônios reguladores do humor.

A falta desses hormônios não somente deixará as pessoas ante sociais, mas também poderá alterar o funcionamento de outros órgãos internos onde as doenças antes “adormecidas”, irão ser despertadas. As pessoas mal humoradas também envelhecem mais rapidamente, pois o sorriso produz uma maior elasticidade das células faciais, como se fizéssemos uma fisioterapia facial ao gargalharmos ou mostrarmos alegres diante da vida e das pessoas.

É possível escapar dessa prisão da solidão e nos transformarmos em pessoas melhores quando transformamos o nosso humor. Tal como brinco nas palestras sobre aquele diálogo via telefone pela manhã: “Eu: Bom dia! O outro: “Bom dia por quê?” “Só se for para você, porque para mim o dia já começou ruim…!” Este tipo de pessoas sofrem pela falta de habilidade em si relacionar, primeiro: consigo mesmo e, em seguida: com o mundo.

Há dois mil e quatrocentos e cinquenta anos o sábio disse: “Conheça-te a ti mesmo” e para que possamos melhorar o nosso humor é necessário que aprendamos a nos conhecer e a mudar nossa relação conosco mesmo. A maioria das pessoas passa a vida tentando esconder as próprias fraquezas, e isso lhes custa uma quantidade imensa de energia. Mas quando reconhecemos com humor as nossas falhas, nos libertamos desse grande fingimento. Não precisamos mais gastar toda aquela energia fingindo que somos alguém que não somos e ficarmos livres para procurar superá-las ou para aprender a conviver com elas.

Mas não pensem que é fácil conquistar este estado de espírito. É importante compreendermos que ainda não estamos prontos e que somos seres espirituais em evolução e os desafios devem ser usados para o crescimento psicológico e espiritual de cada ser, e não para nos transformarmos em pessoas mal humoradas e doentes. Ouvi certa vez de um médico do espaço que curar a doença é fácil; o difícil é curar o doente. O mau humor não só pode levar a doenças como poder ser a própria doença liberada pelo indivíduo que se encontra mal consigo mesmo.

Finalmente, é fato que as pessoas mau humoradas estão mais susceptíveis de adoecerem, embora não podemos dizer que toda pessoa bem humorada está isenta de adoecer ou ter alguma enfermidade; mas é sabido e estudado que a probabilidade se torna bem menor e suas estrutura integral responde melhor ao seu bom humor e seu cérebro (que é burro, pois apenas executa o que a mente manda) responderá melhor ao estímulos enviado a ele de bom humor e satisfação com a vida. Já mencionamos em outros artigos que somos o que nos pensamos, portanto, aprenda a pensar com humor e otimismo e sua vida será bem melhor e sua saúde estará sempre em equilíbrio.

 

(Dr. José Geraldo Rabelo, psicólogo holístico, psicoterapeuta espiritualista, parapsicólogo, filósofo clínico. Prof. Ed. Física, artista plástico. Especialista em família, depressão, dependência química e alcoolismo)


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