Opinião

Zika vírus e suas consequências

Diário da Manhã

Publicado em 14 de maio de 2016 às 02:01 | Atualizado há 9 anos

Um Estado em alerta, uma população com medo de um inimigo que parece ser tão inofensivo, mais na verdade só parece, então vamos ter consciência e conscientizar o próximo.

Haja vista que, de acordo com o infectologista Dr. Pedro Pinheiro Zika Vírus é uma infecção causada pelo vírus Zika, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue da febre chikungunya. De acordo com o mensurável Richard Kuhn explica, o vírus Zika teve sua primeira aparição registrada em 1947, quando foi encontrado em macacos da Floresta Zika, em Uganda. Entretanto, somente em 1954 os primeiros seres humanos foram contaminados na Nigéria. O vírus Zika atingiu a Oceania em 2007 e a França no ano de 2013. O Brasil notificou os primeiros casos de Zika vírus em 2015, no Rio Grande do Norte e na Bahia.

Transmissão. Entretanto, o mensurável Richard Kuhn explica, que ciclo de transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas. O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o mosquito adulto vive em média 45 dias. Uma vez que o indivíduo é picado, demora no geral de 3 a 12 dias para o Zika vírus causar sintomas. Porem só lembrando que a transmissão não ocorre de pessoa pra pessoa.

A transmissão do zika raramente ocorre em temperaturas abaixo de 16° C, sendo que, a mais propícia gira em torno de 30° a 32° C – por isso ele se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais. A fêmea coloca os ovos em condições adequadas (lugar quente e úmido) e em 48 horas o embrião se desenvolve. É importante lembrar que os ovos que carregam o embrião do mosquito transmissor da Zika Vírus podem suportar até um ano a seca e serem transportados por longas distâncias, grudados nas bordas dos recipientes e esperando um ambiente úmido para se desenvolverem. Essa é uma das razões para a difícil erradicação do mosquito. Para passar da fase do ovo até a fase adulta, o inseto demora dez dias, em média. Os mosquitos acasalam no primeiro ou no segundo dia após se tornarem adultos. Depois, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que possui as proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos.

Sinais e sintomas.Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas, porém, quando presentes são caracterizados por exantema maculopapular pruriginoso (alergia), febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, (secreção) artralgia (dor articular) mialgia (dor muscular) e dor de cabeça menos freqüentemente, dor de garganta, tosse, vômitos e haematospermia (sangue no esperma). Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No entanto, a artralgia pode persistir por aproximadamente um mês.

No entanto, recentemente foi observada uma possível correlação entre a infecção ZIKA e a ocorrência de síndrome de Guillain-Barré (SGB) em locais com circulação simultânea do vírus da dengue. A Síndrome de Guillain-Barré é uma doença neurológica grave caracterizada pela inflamação dos nervos e fraqueza muscular, que em alguns casos pode ser fatal. Geralmente ela é diagnosticada após algumas semanas de uma infecção viral como dengue ou Zika Vírus, por exemplo.

A Síndrome de Guillain-Barré progride em 2 a 4 semanas e a maioria dos pacientes recebe alta hospitalar após 4 semanas, mas o tempo total de recuperação pode demorar meses ou anos. A maioria dos pacientes se recupera e volta a andar após 6 meses a 1 ano de tratamento, mas existem alguns que tem maiores dificuldades e que precisam de cerca de 3 anos para se recuperar,  porém, não confirmada a correlação em detrimento em estudo.

Tratamento. Não existe O tratamento específico. O tratamento dos casos sintomáticos recomendado é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. No entanto, é desaconselhável o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico e outros drogas antiinflamatórias em função do devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por síndrome hemorrágica como ocorre com outros flavivírus. Não há vacina contra o Zika vírus.

De acordo com o Ministério da Saúde mesmo após a identificação do Zika Vírus no país, há regiões com ocorrência de casos de dengue e chikungunya, que por apresentarem quadro clínico semelhante, não permitem afirmar que os casos de síndrome exantemática identificados sejam relacionados exclusivamente a um único agente etiológico.

Assim, independentemente da confirmação das amostras para ZIKA, é importante que os profissionais de saúde se mantenham atentos frente aos casos suspeitos de dengue nas unidades de saúde e adotem as recomendações para manejo clínico conforme o preconizado no protocolo vigente, na medida em que esse agravo apresenta elevado potencial de complicações e demanda medidas clínicas específicas, incluindo-se a classificação de risco, hidratação e monitoramento.

Prevenção domiciliar. Deve-se reduzir a densidade vetorial, por meio da eliminação da possibilidade de contato entre mosquitos e água armazenada em qualquer tipo de depósito, impedindo o acesso das fêmeas grávidas por intermédio do uso de telas/capas ou mantendo-se os reservatórios ou qualquer local que possa acumular água, totalmente cobertos.

Em caso de alerta ou de elevado risco de transmissão, a proteção individual por meio do uso de repelentes que pode ser usado de 6 em 6 horas, deve ser implementada pelos habitantes, Individualmente pode-se utilizar roupas de manga comprida, calça comprida e meias, que minimizem a exposição da pele durante o dia quando os mosquitos são mais ativos podem proporcionar alguma proteção contra as picadas dos mosquitos e podem ser adotadas principalmente durante surtos.

Zika vírus e gravidez. Porem, pesquisas ainda estejam sendo conduzido para entender melhor todos os aspectos e consequências da doença, o que se sabe até agora é que existe uma relação entre infecção por zika na gravidez e microcefalia (o bebê nasce com a cabeça menor que o padrão).

Isso não quer dizer, contudo, que toda grávida que teve zika terá um bebê com malformação no cérebro. Os mecanismos da contaminação do feto ainda estão na fase de investigação pela comunidade científica e infelizmente, muita perguntas ainda não têm resposta definitiva.

Uma vez confirmada a zika, os médicos farão o controle do crescimento da cabeça do bebê através de ultrassons. Caso, com o avanço da gestação, seja constatado microcefalia, o bebê será examinado quando nascer para que sejam indicadas terapias e tratamentos.

Não se sabe ainda em que fase da gravidez a zika é mais perigosa para o bebê, mas os três primeiros meses são sempre o período mais crítico para infecções que afetem o feto, porque os órgãos estão em formação.

Pesquisas confirmaram que o Zika vírus durante a gravidez pode causar microcefalia porque foram encontrados vírus no líquido amniótico que envolve o bebê durante a gravidez e também no líquido cefalorraquidiano, presente no sistema nervoso central, dos bebês que já nasceram e foram diagnosticados com microcefalia.

No entanto, a relação entre o Zika vírus e a microcefalia não é totalmente conhecida. A hipótese aceita é de que o vírus ao ser ‘protegido’ pelo sistema imune possa atravessar a barreira placentária, chegando ao bebê. Essa ‘proteção’ pode acontecer da seguinte forma:Quando a mulher pega dengue, suas células de defesa atacam e vencem o vírus da dengue, mas estas células quando se encontram com o Zika vírus, que é muito parecido com o da dengue, somente englobam este vírus, mas não conseguem eliminá-lo do corpo. Com esta proteção, o vírus pode alcançar todas as regiões do corpo, que normalmente não podem ser alcançadas, e dessa forma ele pode atravessar a placenta e chegar até o bebê, causando microcefalia.

 

Bebê com microcefalia

Como saber se a grávida está com Zika vírus. O Zika vírus é semelhante a dengue e também é causado pelo mosquito Aedes Aegypt, no entanto, seus sintomas são mais brandos. A única forma de saber se qualquer pessoa está com Zika vírus é através dos sintomas apresentados como, vermelhidão nos olhos (conjuntivite), manchas vermelhas na pele que coçam e febre, entretanto a pessoa pode estar doente e não apresentar nenhum sintoma.

Não existem exames que possam identificar o vírus no sangue, porque ele permanece ativo por apenas 1 semana, e a única forma de detectá-lo é através de um exame chamado RT- PCR, somente em laboratórios de referência do Ministério da Saúde, quando solicitado em casos especiais.

Mas não é por isso que todas as grávidas precisam se preocupar porque nem todas as que tiveram Zika durante a gravidez terão bebês com microcefalia, porque esta é uma situação rara. As maiores chances de o bebê ter microcefalia ocorrem nas gestantes que já tiveram dengue alguma vez e que tiveram Zika no primeiro ou no último trimestre de gestação.

Além disso, se a mulher já teve Zika quando não estava grávida não existe a possibilidade de o bebê ter microcefalia se ela engravidar depois dos sintomas estarem controlados.

Como saber se o bebê tem microcefalia. Conforme o pediatra DR: José Luiz Setúbal, o diagnóstico da microcefalia pode ser feito durante a gestação através do exame de ultrassom morfológico, mas também pode ser feito depois do nascimento do bebê, através da medição do tamanho da cabeça da criança. Os recém-nascidos apresentam acentuada microcefalia, geralmente com perímetro cefálico (PC) menor que 29 cm, caracterizando abaixo do percentil cinco das curvas de crescimento para PC da OMS. O exame clinica e o exame neurológico realizado pelo neonatologista. Outros exames como ressonância e tomografia podem ser realizados para indicar o grau de comprometimento cerebral e suas possíveis consequências.

A microcefalia é uma doença grave, onde há restrição do crescimento do cérebro do bebê e não tem cura, sendo necessário fazer reabilitação através de fisioterapia e fonoaudiologia na infância e na  adolescência.

Na condição de acadêmica e estagiaria do Serviço social, venho salientar o quanto foi enriquecedora as pesquisas e discussões sobre essa doença que estar tirando o sossego de toda população Brasileira.  Aqui deixo uma alerta a todos com suspeita de DENGUE, ZIKA VIRUS,      CHIKUNGUNYA, procure um posto de Saúde mais próximo e não tome medicação sem orientação médica.

 

(Deuzinete Lima da Silva, acadêmica em Serviço Social, estágio supervisionado com a profissional assistente social Maria Ferreira de Araújo, na Política de Humanização – PNH/Ministério da Saúde, (Trabalho na linha de frente  e acolhimento na Urgência e Emergência Psiquiátrica). UPA 24h – Unidade de Pronto Atendimento Aparecida de Goiânia)

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