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Americanas: Fraude Bilionária Revelada

PF: descobriu manuscritos no iPad de um ex-CEO da Americanas que revelaram o principal mecanismo por trás de uma suposta fraude contábil de R$ 25 bilhões

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A Polícia Federal deflagrou a Operação Disclosure na manhã de 27 de junho de 2024, visando investigar ex-executivos das Lojas Americanas acusados de fraudes contábeis que somam R$ 25,3 bilhões. A operação, realizada em parceria com o Ministério Público Federal, mobilizou cerca de 80 policiais federais no Rio de Janeiro para cumprir 15 mandados de busca e apreensão. O nome "Disclosure" refere-se à necessidade de transparência das empresas de capital aberto, refletindo a natureza das investigações que focam em manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A Justiça Federal determinou o sequestro de bens e valores dos ex-diretores, totalizando mais de meio bilhão de reais.

Paraísos fiscais são frequentemente utilizados para ocultar remessas financeiras através de estratégias sofisticadas. Uma tática comum é a criação de empresas offshore, que permitem a ocultação do verdadeiro proprietário ou de seus sócios. Isso pode ser usado tanto por investidores legítimos quanto para fins ilícitos, como sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Outra estratégia é o uso de trusts em paraísos fiscais, que oferecem sigilo bancário e proteção da composição societária. Para enviar recursos sem deixar rastros, doleiros muitas vezes são empregados. Essas práticas se beneficiam da legislação favorável e dos fracos mecanismos de supervisão em jurisdições offshore, permitindo complexas formas de evasão de divisas e apropriação de diferenciais tributários entre países.

O Ministério Público Federal (MPF) revelou uma "hierarquia da fraude" no esquema investigado nas Lojas Americanas, composta por cinco níveis de comando. No topo da estrutura estava o ex-CEO Miguel Gutierrez, seguido por Anna Christina Ramos Saicali no segundo nível. O terceiro escalão incluía executivos como Marcelo da Silva Nunes, Fábio da Silva Abrate e Timotheo Barros. O quarto nível abrangia a maioria dos investigados, com poder de decisão limitado e subordinados aos níveis superiores. Esta estrutura paralela, segundo o MPF, não correspondia às atribuições oficiais dos envolvidos na empresa, sendo dedicada à prática contínua de crimes. A Polícia Federal descobriu uma planilha detalhando essa hierarquia durante a Operação Disclosure, lançada para investigar a fraude estimada em R$ 25 bilhões.

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