Uma perícia do Instituto de Criminalística confirmou que as munições usadas no ataque que deixou dois homens mortos no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na tarde de sexta-feira (8), partiram das mesmas armas localizadas pela Polícia Militar um dia depois.
Três fuzis foram encontrados dentro de mochilas em um terreno na rua Guilherme Lino dos Santos, a cerca de 7 km do aeroporto. Os policiais chegaram ao endereço após uma denúncia anônima ao 190. Entre as armas havia um fuzil AK-47 calibre 7,62 e uma pistola 9 milímetros carregada.
O alvo do ataque era Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, empresário e corretor de imóveis que havia fechado um acordo de delação premiada contra integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e contra policiais. O motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, 41, também foi atingido e morto.
A rua onde as armas foram deixadas é a mesma onde um veículo Volkswagen Gol preto envolvido no ataque foi abandonado. A emboscada foi feita com dois tipos de fuzil.
A investigação da Polícia Civil recolheu na área de desembarque do aeroporto 21 cápsulas de munição calibre 7,62x39 mm, utilizadas, por exemplo, em fuzis AK e outros quatro estojos deflagrados de calibre 5,56 mm, munição típica de fuzis AR-15.
Os investigadores ainda encontraram próximo ao local da emboscada dois estojos deflagrados de munição .223, calibre próximo ao 5,56 mm e que pode ser carregado no mesmo tipo de armamento. Como mostrou a Folha de S.Paulo, as armas em questão disparam com muita energia e são capazes de atingir longas distâncias e perfurar diversos tipos de blindagens mais simples, segundo especialistas.
Imagens mostram que Gritzbach foi atingido a uma curta distância. Já o motorista de aplicativo estava um pouco mais afastado. Ele não tinha ligação com o empresário e foi atingido por uma bala perdida nas costas.
A força-tarefa criada pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) na tentativa de solucionar o ataque no aeroporto tem analisado câmeras e tentado rastrear os quilômetros percorridos pelo carro que levou os criminosos até o local.
Uma das linhas de investigação é a busca por vídeos de câmeras de segurança que mostrem a movimentação de um Volkswagen Gol preto na região no dia do crime.