No dia primeiro de abril de 1964, exatamente 51 anos atrás, começava o governo militar no Brasil. O que seria inicialmente um processo transitório para uma nova eleição se revelou uma ditadura de mais de 20 anos. Com apoio dos Estados Unidos, os militares impuseram a Doutrina de Segurança Nacional, 'livrando' o país do comunismo. Em tempo se Guerra Fria, se praticou a tortura, a censura e a perseguição política
A Agência Pública de jornalismo divulgou hoje um áudio de rádio da madrugada do dia primeiro, com uma declaração do deputado federal Rubens Paiva, pelo PDT de São Paulo da época. Ele pede que os trabalhadores brasileiros vãos às ruas contra o 'golpismo'.
Em seu discurso, Rubens Paiva diz que é preciso que a população proteste em defesa da legalidade de maneira tranquila e ordeira. Ele faz um discurso socialista e trabalhista em defesa da divisão da riqueza brasileira entre todos os habitantes.
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Menos de dez anos depois, em janeiro de 1971, o então ex-deputado foi preso e passou a fazer parte de mais um preso político da ditadura. Sua morte foi revelada na Comissão da Verdade ano passado, quando militares aposentados revelaram a verdadeira história por trás de seu desaparecimento.
Rubens Paiva foi morto pelo Tenente Hughes de Carvalho, que no mesmo ano seria condecorado com a Medalha do Pacificador, por sua luta contra a 'subversão'. Antes de morrer, Paiva foi interrogado e torturado. Após sua morte seus dentes foram quebrados e seus dedos cortados, para dificultar sua identificação. Seu corpo foi enterrado e desenterrado algumas vezes, até ter seus restos jogados em alto mar.