O empresário José Batista Júnior, o Júnior Friboi, perdeu o prazo para recorrer da decisão do Conselho de Ética do PMDB e deixou transitar em julgado o processo de expulsão da legenda. Por 4 votos a 2, o Conselho considerou que Friboi agiu de forma antiética ao apoiar a reeleição do governador Marconi Perillo nas eleições do ano passado e o expulso do partido.
O processo de expulsão teve início com uma representação feita pelo engenheiro Durval Fernandes Mota, que pediu a pena máxima de expulsão de Friboi dos quadros do partido. Durval lembrou na representação que o apoio de Friboi a um candidato de outro partido foi a demonstração de que ele "não teve compromisso com a ética" ou com as diretrizes do PMDB. "Júnior Friboi desrespeitou a democracia interna se lixando para as decisões tomadas internamente pelo partido e feriu de morte a disciplina partidária e estimulou com o seu exemplo a traição de outros filiados e dirigentes do PMDB", comentou.
Durante a instrução do processo ético-disciplinar, o advogado de Júnior Friboi reuniu argumentos tentando justificar que a postura do empresário não feriu os princípios de ética do PMDB. Antes de fundamentar a defesa propriamente dita, os advogados tentaram ressaltar que a representação pedindo a expulsão do empresário do partido poderia "apagar uma brilhante e promissora carreira política" e que a acusação promovia a cisão "do maior partido que o Estado já conheceu".
Júnior lembrou ainda a festa que o PMDB promoveu quando foi assinada sua ficha de filiação, inclusive com a presença de expressões nacionais do partido como o vice-presidente da República, Michel Temer. Isto, arguiram os advogados de Júnior Friboi, seria o suficiente para que fosse colocada "uma uma pá de cal nessa perlenga, motivada por ira e inveja".
O advogado Felipe Melazzo, um dos subscritores a defesa de Júnior Friboi, citou o fato de que Iris Rezende apoiou candidatos de outros partidos em eleições passadas, como forma de justificar a postura de Júnior Friboi para preferir o candidato do PSDB.
Por não apresentar recurso em tempo hábil o processo de Júnior Friboi foi dado como "transitado em julgado", ou seja, que produz um fato consumado. Relator do processo ético-disciplinar, advogado Dorival Mocó certificou que os votos divergentes, que poderiam embasar possível recurso de Júnior Friboi não foram juntados nem os advogados exerceram seu direito ao contraditório.
Em ofício ao secretário do partido para que promova a anulação da filiação de Júnior Friboi, o relator deu por encerrado o assunto da atuação política do empresário no PMDB.
Júnior Friboi havia anunciado até mesmo que iria disputar o diretório estadual no final do ano e que pretendia orientar o partido para apoiar outra candidatura à Prefeitura de Goiânia nas eleições de 2016.
A reportagem procurou o empresário Júnior Friboi para ouvir sua versão, sem sucesso.