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O ex-deputado estadual Wagner Guimarães confirmou ontem sua decisão de trocar o PMDB pelo PSDB, sob a alegação de que o seu partido adotou práticas políticas "não recomendáveis", principalmente na esfera nacional."Não guardo mágoa do PMDB, apenas decepções pelo comportamento assumido pelo partido no encaminhamento das questões que dizem respeito à sociedade."
A convite do governador Marconi Perillo, ele vai retornar ao ninho tucano. Ele já foi candidato a prefeito de Rio Verde por duas vezes (uma pelo PSDB em 2000 e outra pelo PMDB em 2014), sem êxito eleitoral. Não há data para filiação partidária.
Agropecuarista e deputado estadual por dois mandatos (2002 a 2010), Wagner disse que a prática o comportamento do PMDB nacional e estadual o deixa "frustrado", ao ponto de levá-lo a não querer mais concorrer a mandatos eletivos. "Estou decepcionado com a prática de muitos políticos, principalmente daqueles do meu partido."
Wagner Guimarães ressaltou que políticos como Michel Temer, Renan Calheiros, Edison Lobão, Sérgio Cabral e Jader Barbalho "enlamearam" a história do PMDB. "Infelizmente, o legado de Ulysses Guimarães e de Tancredo Neves não foi seguido pelos seus sucessores no comando do partido em todo o País."
Wagner, que ocupou interinamente a presidência do diretório estadual do PMDB, cobra "coerência" do partido em Goiás. E cita como exemplo a expulsão do empresário José Batista Júnior, o Júnior Friboi, sem punir "outros infiéis", como os 21 prefeitos que também abandonaram a campanha de Iris Rezende ao governo de Goiás, ano passado. "Desde o início, ainda na pré-campanha, estive ao lado de Iris Rezende contra Júnior Friboi. Mas, agora, o Conselho de Ética resolve crucificar apenas ele? E os outros?"
Wagner Guimarães lembrou que a "infidelidade partidária" no PMDB já vem de longe e, nem por isso, a direção estadual se preocupou em "punir" quem não seguia a orientação da legenda. "Nas eleições de 2012, vi deputados federais e estaduais do PMDB subindo no palanque de candidatos a prefeito dos adversários, no interior, deixando na chapada os próprios companheiros. Por que a direção estadual não resolveu expulsá-los como fez agora com Friboi?"
O ex-deputado frisou estar "decepcionado" com a "prática hipócrita" do PMDB de Goiás, que, segundo ele, ao invés de "agir com coerência", prefere "jogar para a plateia respaldar o fisiologismo político."
A sucessão de cinco derrotas para o governo de Goiás deve servir de lição para o PMDB, sustentou Wagner Guimarães. "A direção partidária nunca avaliou, de forma correta, os erros que levaram o PMDB ao insucesso eleitoral. Se o partido não mudar, novas derrotas virão."
Rio Verde
Apesar de negar que irá concorrer a novos mandatos eletivos, Wagner Guimarães poderá ser indicado candidato a vice-prefeito em chapa a ser lançada pelo PSD de Rio Verde. Aliados do deputado federal Heuler Cruvinel, pré-candidato a prefeito no pleito do ano que vem, defende a indicação de Wagner Guimarães na sua chapa. "A minha intenção é não mais disputar eleições", diz o ex-deputado.
