Dois homens de 26 anos, moradores de Osasco, região metropolitana de São Paulo, trabalhadores e sem passagem pela polícia, estão sendo velados na noite desta sexta-feira (14) por suas famílias e amigos, após uma morte violenta, com tiros pelas costas, vítima da chacina em que foram mortas 18 pessoas na noite de quinta-feira (13)
Os dois serão enterrados neste sábado (15), às 8h, no Cemitério Santo Antônio. O primeiro era Presley Gonçalves e foi executado a poucos passos de casa, em frente a um pequeno mercado, onde conversava com amigos, no bairro Jardim Rochdale. Tinha dois filhos, um de quatro meses e outro de dois anos, era casado e trabalhava como entregador de pizzas.
No velório, estava uma testemunha do assassinato, que não quis se identificar. Ela contou que duas motos passaram pelo grupo de amigos e que uma delas, com duas pessoas usando gorro preto, parou ao lado deles. O homem que estava na garupa sacou uma arma e disparou várias vezes, segundo a testemunha, atingindo a parte de trás da cabeça da vítima. Quem estava perto correu. A testemunha afirmou que, após a correria, o homem na garupa deu um tiro para cima e gritou “Polícia”. O piloto acelerou a moto e foi embora.
O segundo jovem morto, Deivison Lopes Ferreira teve o mesmo fim do pai, assassinado quando o filho tinha nove anos. A investigação, na época, não revelou culpados e o crime ficou sem solução. Na noite de quinta-feira (13), Deivison saiu para mostrar um celular que estava vendendo a um colega de trabalho. Na volta para casa, a pé, foi atingido por oito tiros nas costas e morreu na hora. Um dos disparos atingiu a nuca.
A mãe do morto, no velório, disse que “se eu pudesse falar [com o assassino], eu falaria: você matou a pessoa errada”. Ela contou que o filho trabalhava carregando e descarregando caminhões, sem registro em carteira, e que tinha arrumado um emprego formal no dia anterior à chacina e iria entregar os documentos na segunda-feira (17).
Segundo o Serviço Funerário de Osasco, sete corpos de vítimas da chacina já foram liberados para velório. Mais quatro pessoas estão sendo veladas no Cemitério Municipal de Barueri e serão enterradas neste sábado, a partir das 8h.
Os crimes aconteceram nos municípios de Barueri e Osasco, em um raio de sete quilômetros, entre 21h e 23h de ontem (13). O secretário de segurança disse que não descarta a hipótese de retaliação pela morte de um policial militar e um guarda civil metropolitano. O policial foi vítima de latrocínio (roubo seguido de morte) na última sexta-feira (7), em um posto de gasolina em Osasco. Na quarta-feira (12), um guarda civil foi assassinado.