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Delcídio retoma as denúncias de que Lula comandava o Petrolão

O senador e ex-líder do governo Delcídio do Amaral, em entrevista concedida à revista “Veja” nesta semana, retomou as denúncias apresentadas em sua delação premiada contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff. “Lula e Dilma tinham pleno conhecimento da corrupção na Petrobras”, afirma o senador.

Delcídio do Amaral se desfiliou do PT na última terça-feira, 15 e afirmou ter participado das manifestações contra o governo que ocorreram no último domingo, 13. Ele contou que por medo de ser reconhecido participou do ato de moto, usando um capacete durante todo o trajeto dos manifestantes na Avenida Paulista.

De acordo com a entrevista publicada pela revista, Delcídio mostra o desejo de querer se redimir perante a sociedade auxiliando as autoridades a unir pontos que ainda faltam para concluir as investigações do esquema de corrupção que assola o país neste momento. "Errei, mas não roubei nem sou corrupto. Posso não ser santo, mas não sou bandido", declarou à revista.

Durante a entrevista o senador reafirmou as denúncias sobre o fato de que Lula comandava o esquema do Petrolão e que Dilma herdou o negócio, uma vez que foi beneficiada quando o esquema financiou suas campanhas eleitorais. Sendo assim, há alegação é de que a presidente sabia de tudo desde o início.

O senador também fala sobre as obstruções de justiça que seriam promovidas pelo governo ao citar sobre as conversas gravadas que foram divulgadas ao longo da semana passada.

"O Lula tinha a certeza de que a Dilma e o José Eduardo Cardozo (ex-ministro da Justiça, o atual titular da Advocacia-Geral da União) tinham um acordo cujo objetivo era blindá-la contra as investigações. A condenação dele seria a redenção dela, que poderia, então, posar de defensora intransigente do combate à corrupção. O governo poderia não ir bem em outras frentes, mas ela seria lembrada como a presidente que lutou contra a corrupção", afirma Delcídio ao falar sobre a sintonia do ex-presidente e de Dilma.

Enquanto isso, Lula "queria parecer solidário, mas estava mesmo era cuidando dos próprios interesses". O ex-presidente teria pedido a Delcídio que "procurasse e acalmasse o Nestor Cerveró, o José Carlos Bumlai e o Renato Duque".

"A presidente sempre mantinha a visão de que nada tinha a ver com o Petrolão. Ela era convencida disso pelo Aloizio Mercadante (o atual ministro da Educação), para quem a investigação só atingiria o governo anterior e a cúpula do Congresso", afirma Delcídio.

Delcídio ainda acrescenta que o esquema do Petrolão financiou a reeleição de Dilma.

De acordo com o senador o ex-presidente e a presidente devem ter voltado a aliança em meados do ano passado. "Foi quando surgiu a ideia de nomeá-lo ministro", denunciou.

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