O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações na Operação Lava Jato, condenou na manhã desta quarta-feira, 18, o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, a 23 anos e três meses de prisão em regime fechado pelos crimes de corrupção passiva, participação à organização criminosa e lavagem de dinheiro no esquema investigado já em 17ª fase, a chamada Pixuleco.
Além de Dirceu, foram condenadas mais 10 pessoas, incluindo o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
O ex-ministro já havia sido julgado outrora por seu envolvimento no esquema do mensalão e foi condenado pelo recebimento de propina paga pela empreiteira Engevix, além de dissimulação e ocultação de bens provenientes do pagamento de propina. A defesa de Dirceu, desde o início dos processos, sempre negou às irregularidades atribuídas a ele.
A sentença revela que Dirceu recebeu um total de aproximadamente R$ 15 milhões em propinas entre 2007 a 2013. O montante foi destinado ao grupo político dirigido pelo parlamentar na época.
Sérgio Moro divulgou que o mais “perturbador” é o fato de o ex-ministro praticava crimes como lavagem de dinheiro ainda em julgamento do mensalão, no qual foi condenado. “O mais perturbador, porém, em relação a José Dirceu de Oliveira e Silva consiste no fato de que praticou o crime inclusive enquanto estava sendo julgado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470, havendo registro de recebimento de propina até pelo menos 13/11/2013. Nem o julgamento condenatório pela mais alta corte do país representou fator inibidor da reiteração criminosa, embora em outro esquema ilícito”, relata o juiz.
Apesar de demonstrar indignação com as ações de Dirceu, Moro acredita que ele não seja o líder da organização criminosa investigada pela Operação Lava Jato.