O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em sua delação premiada na Lava Jato, listou os nomes de 20 políticos que teriam recebido propinas no esquema de corrupção na subsidiária da Petrobras. Dentre os nomes, ele aponta o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) que, de acordo com o delator, teria pedido a ele recursos ilícitos para a campanha de Gabriel Chalita (PMDB) à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2012.
Segundo o delator, todos os políticos listados por ele “sabiam” do funcionamento do esquema de corrupção liderado por ele na estatal e “embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam, ao procurarem o depoente, não obteriam dele doação com recursos do próprio, enquanto pessoa física, nem da Transpetro, e sim de empresas que tinham relacionamento contratual com a empresa”. O delator afirma que nenhuma das doações solicitada por ele às empresas era lícita.
Ainda de acordo com Machado, as empreiteiras que mantinham contrato com a estatal realizavam pagamentos mensais de propinas para políticos parte por meio de entrega de dinheiro em espécie e parte por meio de doações oficiais com o objetivo de garantir os contratos com a estatal que era área de influência do PMDB.
Machado assumiu a presidência da estatal em 20013, por indicação do presidente do Senado, Renan Calheiros, dos senadores Jader Barbalho, Romero Jucá e Edison Lobão e do ex-presidente, José Sarney. Todos são da cúpula do PMDB e foram beneficiados com propinas provindas do esquema.
O delator ainda admitiu administrar a estatal visando “extrair o máximo possível de eficiência das empresas contratadas pela estatal, tanto em qualidade quanto em preço” e outros políticos, além dos responsáveis por sua indicação ao cargo, também se beneficiaram com o esquema criminoso.
"O depoente também repassou propina, via doação oficial, para os seguintes: Cândido Vaccarezza (PT), Jandira Feghali (PCdoB), Luis Sérgio (PT), Edson Santos (PT), Francisco Dornelles (PP), Henrique Eduardo Alves (PMDB), Ideli Salvatti (PT); Jorge Bittar (PT), Garibaldi Alves (PMDB), Valter Alves, José Agripino Maia (DEM), Felipe Maia (DEM), Sergio Guerra (PSDB, morto em 2014), Heráclito Fortes (PMDB), Valdir Raupp (PMDB); que Michel Temer pediu ao depoente que obtivesse doações oficiais para Gabriel Chalita, então candidato a prefeito de São Paulo".
Com informações do Mais Goiás.