Quando o ainda vice-presidente Michel Temer ensaiava o rompimento definitivo com o governo de Dilma Rousseff (PT), o PMDB apoiou e divulgou até nota para ratificar a decisão do partido em âmbito nacional. Deputados goianos afirmavam em alto e bom som que não dava mais para caminhar junto com Dilma. Era a hora de romper.
Com o afastamento de Dilma e o início da interinidade de Temer era de se esperar que o PMDB goiano conseguisse se aproximar do novo governo. Até agora esta premissa não se confirmou e parlamentares goianos são apenas espectadores do ótimo relacionamento entre o governador Marconi Perillo (PSDB) e Michel Temer.
Conhecido por ser exímio articulador e trabalhador incessante, Marconi não perdeu tempo e fez de Brasília praticamente sua segunda casa. Em duas semanas, o tucano se reuniu com todos os novos ministros. Com o deputado federal Daniel Vilela como presidente, o PMDB patina na movimentação política e não estreitou relações com o novo governo.
Com Temer no Planalto, Marconi passou a ser um dos principais interlocutores do presidente interino. Foi Marconi quem liderou a renegociação das dívidas dos estados com a União e também foi o tucano quem deu a notícia à imprensa nacional. No governo Temer, o tucano e a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão, conseguiram retomar e acelerar o processo de privatização da Celg e o leilão da empresa está marcado para o próximo mês.
O primeiro programa social do governo de Temer é inspirado no Cheque Mais Moradia, criado por Marconi ainda nos anos 2000. O ministro das Cidades, Bruno Araújo, esteve em Goiás conheceu o programa e disse que recomendaria programa semelhante a Temer. O projeto já está em execução.
A prova final da sintonia entre Michel Temer e Marconi aconteceu na festa de aniversário do senador Wilder Morais há 15 dias. Nenhum deputado peemedebista marcou presença. Em seu discurso, Temer elogiou o governador goiano e disse que Marconi é exemplo de homem público.