Após o lançamento de uma pesquisa feita pela ouvidoria do Ministério da Saúde, o ministro Ricardo Barros afirmou que homens procuram menos os serviços de saúde porque "trabalham mais" do que as mulheres. Acrescentou ainda que são eles os "provedores" da maioria das famílias.
Lançada nesta quinta-feira (11/8), a pesquisa foi feita por telefone com mais de 6 mil homens cujas parceiras fizeram parto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Dos entrevistados, 31% disseram não ter hábito de ir às unidades de saúde para buscar auxílio na prevenção de doenças.
Quando foi questionado sobre esse resultado, Barros disse que se trata de uma questão de hábito e cultura. Nisso, alegou também que o motivo seria que homens "trabalham mais", são "provedores da maioria das famílias" e, portanto, não tem tempo para realizar procedimentos de saúde preventiva.
Entretanto, a mesma pesquisa divulgada pela pasta chefiada por Barros mostrava que apenas 2,8% dos entrevistados indicaram o horário de funcionamento das unidades de saúde como motivo não procurar serviços de saúde.
A maioria dos entrevistados, 55%, indicaram que "nunca precisou" de serviços de saúde, o que permite deduzir que só procuram em casos urgentes, mas não para prevenção. Junto com a pesquisa foi divulgado um projeto "pré-natal do parceiro", já aplicado em alguns municípios.
O objetivo do projeto é incentivar os homens a aproveitarem o período de pré-natal da mulher para atualizar a carteira de vacinação e para realizar alguns exames preventivos. Como estímulo para o projeto, o Ministério da Saúde lançou dois guias sobre o assunto, um para os profissionais de saúde e outro para os agentes comunitários de saúde.
Com o mesmo propósito, a pasta lançou nesta quinta-feira um curso à distância, desenvolvido em parceria com Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Pai Presente, direcionado aos pais para que exerçam uma parternidade ativa e consciente.