A senadora Lúcia Vânia e os deputados estaduais Lissauer Vieira, Diego Sorgatto e Marlúcio Pereira, em reunião fechada, realizada na última segunda-feira, na Assembleia Legislativa, decidiram declarar o PSB independente em relação ao Palácio das Esmeraldas e admitiu lançar candidato próprio a governador nas eleições de 2018.
Ao final do encontro, apenas o deputado Lissauer Vieira conversou com os jornalistas e revelou as decisões tomadas pelo PSB: "Isso não significa que nos tornamos oposição ao governo estadual, mas recebemos o aval da senadora para uma postura independente em relação ao governo estadual”, justificou.
O foco dos pessebistas, segundo Lissauer Vieira, é buscar um nome que possa aglutinar forças política e eleitoral para disputar o governo do estado nas próximas eleições e aumentar as bancadas de deputados estadual e federal.
"Estaremos, a partir de abril, realizando encontros regionais, fortalecendo o PSB para o embate eleitoral das próximas eleições", disse a senadora Lúcia Vânia, ressaltando que existe nos quadros do partido em Goiás nomes com real possibilidade de disputar a sucessão de Marconi Perillo. "Vamos trabalhar com afinco para montarmos alianças, chapas majoritárias e proporcionais, oferecendo aos cidadãos goiano a oportunidade de boas escolhas", finalizou Lucia Vânia.
Nos bastidores, apurou-se que a senadora Lúcia Vânia admite concorrer ao governo do Estado ou ao Senado. Mesmo tendo chegado ao segundo turno nas eleições para o governo do estado em 1994, não obteve êxito. A peessedebista exerce o segundo mandato de senadora por Goiás.
Cautela
O distanciamento do PSB do governo Marconi, que começa pelos deputados estaduais, pode evoluir para um rompimento definitivo com a base aliada. Nada a de concreto, mas a hipótese existe, desde que Lúcia Vânia não seja convidada para uma conversa com os cardeais tucanos – Marconi Perillo e José Eliton.
O afastamento do PSB do governo estadual causou surpresa no Palácio das Esmeraldas, mesmo porque a senadora Lúcia Vânia e os deputados Lissauer Vieira, Diegro Sorgatto e Marlúcio Pereira não demonstraram interesse em entregar os cargos que ocupam na administração.
O PSB de Lúcia Vânia ainda não comunicou a decisão ao partido aliado – PPS – presidido em Goiás pelo seu sobrinho, deputado federal Marcos Abrão. Em entrevista à Coluna Giro, de O Popular, ontem, o deputado Marcos Abrão revelou não ter conversado com Lúcia Vânia sobre a decisão de ‘independência” do PSB com o governo estadual, nem com os parlamentares. “Temos aliança com o PSB e vamos mantê-la nas próximas eleições em Goiás, mas também tenho um perfil de conciliador”.
O empresário Vanderlan Cardoso, a segunda mais expressiva liderança do PSB, não foi consultado nesta decisão de “independência” em relação ao governo Marconi na Assembleia Legislativa. Vanderlan já disse que não pretende concorrer ao governo do Estado em 2018, podendo pleitear cadeira à Câmara Federal.
Grato pelo apoio que recebeu da dupla Marconi/Eliton, na disputa pela prefeitura de Goiânia, ano passado, Vanderlan deixa claro não ter dificuldades em apoiar Marconi para o Senado e José Eliton para o governo do Estado nas próximas eleições. Lúcia Vânia seria a sua segunda opção para o Senado.
O PSC, hoje presidido em Goiás pelo deputado estadual Simeyzon Silveira, já debandou para a base aliada marconista.