A vereadora Cristina Lopes (foto, PSDB) acredita que as Comissões Especiais de Inquérito (CEIs) instaladas pela atual Legislatura da Câmara Municipal de Goiânia precisar apresentar resultados para a população goianiense. “Tem que dar resultado! Uma comissão dessas tem força e poder de polícia, inclusive, pode determinar a condução coercitiva ou a prisão de uma pessoa. É uma comissão que tem muito poder se for usada corretamente pode trazer um grande resultado para a população, especialmente no que diz respeito ao dinheiro público”, destacou em entrevista à Rádio 730 AM na última quinta-feira.
Apesar de não ser membro de nenhuma das CEIs–atualmente, tramitam na Câmara três CEIs que apuram os gastos da administração PT/PMDB, irregularidades na SMT e do transporte coletivo – , a vereadora afirma pressionar para que tais comissões sejam, de fato, efetivas e eficientes. No entanto, Cristina Lopes lembra que no mandato anterior como vereadora participou de uma comissão para apurar irregularidades na Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), mas não houve resultados.
“Tive uma decepção muito grande com a CEI da Amma e para mim é muito difícil participar de um processo e não trazer nenhum resultado, por isso não coloquei meu nome para participação. Mas venho pressionando as CEIs, entreguei um pedido em Plenário para que houvesse um relatório preliminar. De fora ou de dentro, meu poder de pressão é o mesmo”, garante.
Mesmo com o desejo que cada comissão apresente resultados e puna os culpados, a vereadora não tem muitas esperanças do desenrolar das investigações: “É tão decepcionante, vendo tudo que estamos vendo. Hoje, te digo que nenhuma das três vai dar resultado, porque acredito que o prefeito vá tomar suas providências. Infelizmente, acredito que isso vá ser mantido”. A vereadora ainda destaca ter assinado o pedido para estender a CEI que investiga as contas públicas da Capital e espera pelas oitivas para “que sejam ouvidos tanto o ex-prefeito Paulo Garcia quanto Iris Rezende”.
IPMS
Em relação à investigação que apura a dívida da prefeitura junto ao Instituto de Previdência dos Servidores Municipais (IPSM), Dra. Cristina ressalta que anteriormente já havia denunciado sobre os descontos na folha de pagamento dos funcionários, mas o dinheiro não era repassado ao Instituto. “Denunciamos há quatro anos essa apropriação indevida do dinheiro dos servidores públicos porque isso é, literalmente, roubar o dinheiro do servidor. Era descontado em folha e não era repassado para o Fundo de Previdência e Assistência Social, que é o Imas. Tentamos, por diversas vezes, estabelecer um processo de investigação, não conseguimos na legislatura passada”, lembra.
Conforme a vereadora, a dívida total do município com o IPSM pode chegar a R$ 2 bilhões e tal situação só prejudica os trabalhadores da prefeitura e também os prestadores dos serviços. “Vários serviços se desligaram do Imas porque ficaram oito ou 10 meses sem receber. Um exemplo claro é o Hospital Araújo Jorge (HAJ), não faz mais nenhum exame pelo Imas, já tem nove meses sem receber. Vários psicólogos, odontólogos, fisioterapeutas deixaram de prestar serviço. Então, trazer resultado é restabelecer as contas dentro do serviço de previdência, limpar o nome do servidor, que está negativado e, dependendo do crime, sim, cassar mandato e ter prisão, esse é o resultado que a população espera”, destaca.