A disputa interna do PSDB nacional ganha cada vez mas novos capítulos: ao final da noite de quinta-feira, 9, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que não foi consultado quanto a decisão de Aécio Neves (PSDB-MG) afastar o presidente interino Tasso Jereissati (PSDB-CE) do comando da legenda. "Se fosse consultado, teria sido contra", disse o alto tucano.
Aécio colocou Alberto Goldman, ex-governador de São Paulo, no comando da sigla.
Para Alckmin, em nota lacônica, a decisão não une a legenda.
Outro tucano de grande influência no partido, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, teria ficado perplexo com a atitude de Aécio, flagrado em um suposto pedido de R$ 2 milhões para Joesley Batista - dono da JBS.
A crise interna surge em um momento de tensão: Marconi Perillo (PSDB-GO) é candidato a presidente do partido e irá enfrentar Tasso. Enquanto o primeiro tem apoio de Aécio Neves o segundo conta com a simpatia dos tucanos paulistas e do Nordeste para ocupar o comando partidário.
O partido como um todo enfrenta denúncias de envolvimento na Lava Jato e pelo fato de apoiar as medidas antipopulares do presidente Michel Temer, que começa a dar asas para uma disputa que tenha Henrique Meirelles (PSD).
Caso o governo apoie Meirelles, o PSDB perderia a prevalência da base e teria que marchar em 2018 com um ambíguo papel de opositor sem nunca ter sido.
O grupo de Aécio deve ao presidente Temer sua manutenção no mandato, o que é retribuído com o poio deste grupo ao seu governo.
FHC e Alckmin defendem a retirada do partido do governo com urgência.