Em depoimento à Comissão Especial de Inquérito que apura a situação da saúde na capital, o diretor do Fundo, Cássio Muriel da Silva revelou nesta segunda-feira (20/11) que o mestrado de duas servidoras é pago com dinheiro do Fundo Municipal de Saúde. O valor deveria, em tese, ser utilizado no custeio de despesas de hospitais, laboratórios, médicos e prestadores de serviço.
“É imoral que a prefeitura deixe de pagar remédios e serviços médicos importantes para o cidadão para, em um momento de crise que estamos vivendo, manter um privilégio a servidoras que sequer são procuradoras do Município. O diretor do Fundo disse que deixa de quitar muitas contas por falta de dinheiro. Mas está sobrando para o mestrado?”, indagou o relator da CEI, vereador Elias Vaz (PSB).
De acordo com a investigação, a secretária Fátima Mrué teria autorizado o mestrado em Direito da Saúde para a superintendente de Regulação, Andréia Alcântara Barbosa, e Ana Paula Custódio, aprovada em concurso para assistente administrativo, mas que atua como chefe setorial jurídica. O curso com duração de dois anos custará R$ 108 mil ao Município.
A suspeita, no entanto, é de que o gasto seja ainda maior. Elias Vaz apresentou requerimento pedindo esclarecimentos do suposto pagamento de despesas como passagens aéreas e hospedagem das duas servidoras.
“Até agora ninguém conseguiu explicar qual foi o critério para oferecer esse benefício às funcionárias. O Ministério da Saúde até prevê o incentivo à pesquisa em saúde, mas o curso é na área jurídica, a situação não atende às exigências do governo federal”, afirmou.