Dois ex-diretores da Associação Nossa Senhora Rainha da Paz, em Inhumas, Nixon Carlos de Carvalho e Cleiton Gonçalves da Silva são acusados pelo crime de apropriação indébita. Ambos são suspeitos de realizarem empréstimos consignados no nome dos idosos, assim como desviar bens dos mesmos.
A denúncia foi realizada pelo promotor de Justiça Mário Henrique Cardoso Caixeta e a pena prevista é de um a quatro anos de detenção, além de pagamento de multa.
O esquema foi descoberto na última semana, depois que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e o Centro de Inteligência do Ministério Público da 3ª Promotoria de Justiça de Inhumas, cumpriram mandados de busca e apreensão na casa deles, em Aparecida de Goiânia.
Eles haviam sido detidos no dia anterior da operação, suspeitos de cometer crimes contra internos que foram encontrados em situação vulnerável, no Lar Rainha da Paz. Durante a ação realizada em conjunto com as Polícias Militar e Civil, foram apreendidos vários donativos e documentos de internos.
Após as investigações, constatou-se que eles utilizaram indevidamente valores do abrigo para fins particulares, receberam benefícios e aposentadorias dos idosos, assim como realizaram empréstimos consignados em nome dos internos.
Apropriações
A denúncia afirma que os suspeitos se apropriaram da pensão e aposentadoria dos idosos, assim como do veículo e donativos da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) destinado à entidade. Nixon e
Cleiton, estavam afastados da gestão, no entanto, ainda utilizavam cartões para sacar os benefícios dos internos da instituição. Nos meses de agosto e setembro deste ano, fizeram desvio de três pessoas, resultando no total de R$ 2.811,00. Após intensificação na vistoria por parte do MP, os cartões foram devolvidos à entidade. Além disso, nos meses em questão, Nixon vendeu um carro no valor de R$ 12 mil adquirido com dinheiro dos internos, que atenderia as necessidades do abrigo.
Durante a busca realizada na casa dos suspeitos, os agentes encontraram vários cobertores, fraldas geriátricas, utensílios domésticos, cadeiras de rodas e produtos alimentícios, alguns já impróprios para uso, pertencentes a instituição assistencial.
Medidas
O promotor de Justiça responsável pela denúncia já requisitou a decretação de sequestro de bens com relação ao veículo. O objetivo é que seja ordenada a sua indisponibilidade e entregue à atual gestora provisória do abrigo. Os outros produtos encontrados com os acusados, serão devolvidos à entidade.
O MP solicitou a substituição da prisão por medidas cautelares como a proibição de acesso às dependências do abrigo e de contato com seus administradores, internos ou familiares de internos, bem como a proibição de recebimento de valores ou donativos destinados ao lar e de integrar, instituir ou administrar instituições de longa permanência. Eles também precisam comparecer mensalmente em juízo para justificar as atividades e informar endereço.