Alguns dirigentes tucanos não possuem paciência quando o assunto é a atuação da ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois (PSDB). Segundo eles, a presença dela causa constrangimento para o governo, assim como para o PSDB que não aprova o trabalho da mesma no ministério. Na convenção do partido no último sábado (09/12), em Brasília, vários políticos pediram sua saída.
O secretário-geral do partido, deputado Marcus Pestana (MG), chegou a comentar que ministra não tem “simancol”. De acordo com os dirigentes, ela não dá retorno satisfatório e sua saída já deveria ter acontecido no momento em que tentou ganhar um salário maior do que o permitido por lei, além de alegar que realizava trabalho análogo a escravidão quando ganhava pouco mais de R$ 33 mil.
“Com a insistência em ficar no ministério, Luislinda está provocando desconforto. Já deveria ter saído faz tempo, mais por questões pessoais do que partidárias. Não deu qualquer satisfação para o PSDB. Não nos representa no governo. Está causando constrangimento para o governo e para o PSDB. Não faz nenhum nexo ela continuar. Deveria ter simancol, ter discernimento e sair. No momento em que o mote é o combate aos privilégios ela vem dizer que R$33 mil por mês é escravidão? E ainda com discurso de mulher negra e pobre. O movimento negro está morrendo de vergonha”, disse Pestana.
Além dele, o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PB), afirmou que “ela já deveria ter saído faz tempo”.
Luislinda foi criticada ainda por “não dar ouvidos a ninguém”. “Esperamos que o presidente Michel Temer resolva logo a situação de Luislinda. Ela não dá ouvidos nem a turma dela, não quer saber”, afirmou
O novo presidente do movimento negro dos tucanos, Juvenal Araújo, afirmou que uma reunião com o secretário-geral está marcada para a próxima quarta-feira (13/12). Na ocasião, será discutida a continuidade da ministra no governo. Conforme apontado por ele, a declaração sobre trabalho análogo a escravidão causou desaprovação.
“Isso trouxe um descontentamento. Claro que o movimento não concorda. Queremos que a decisão do partido, de desembarcar do governo, seja soberana. O partido é que direciona as decisões de seus membros. O que o Tucanafro quer e o que nós queremos é que o desembarque aprovado seja respeitado por todos”, disse Juvenal Araújo.
Foto: Beto Barata/PR