A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Portugal esclareceu por meio de nota, na última sexta-feira (12/01), que não há irregularidades em alguns dos processos utilizados pela emissora portuguesa TVI , para acusar a Igreja Universal de manter uma rede ilegal de adoções, em Lisboa, em 1990. Um documentário intitulado ‘O Segredo dos Deuses’ foi exibido em dez episódios em dezembro de 2017 e apresenta várias denúncias acerca da instituição.
As afirmações foram feitas pela PGR depois de outra reportagem da TVI acusar a atual procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, de saber das adoções ilegais. Segundo a produção, ela poderia ter impedido as ações já que na época era coordenadora do MP no Tribunal de Família e Menores de Lisboa, e teve acesso a documentos que mostravam supostos problemas envolvendo os procedimentos. A matéria critica ainda a não intervenção da mulher.
Na nota de esclarecimento, a PGR informou que em 2003 foram feitos os primeiros alertas com relação a possíveis problemáticas. No ano em questão, Joana havia saído do cargo ocupado no tribunal. Ainda de acordo com o órgão, este e outros processos já foram analisados, assim como dará continuidade as investigações.
Resposta IURD
Em resposta aos ataques da emissora portuguesa, a Igreja Universal do Reino de Deus emitiu nota oficial, na última terça-feira (9), declarando que irá entrar na Justiça contra a rede de televisão. Segundo o texto, a TVI responderá “por mentir e promover o ódio religioso”.
“Ao fim do ataque sórdido perpetrado ao longo de semanas pela TVI, emissora de televisão de Portugal criada por grupos ligados à Igreja Católica, fica a certeza de que a intenção era atingir a honra do bispo Edir Macedo e do corpo eclesiástico da Igreja Universal do Reino de Deus, promovendo o ódio religioso contra mais de 9 milhões de adeptos da Universal em todo o mundo”, diz um trecho da nota.
A Universal afirmou ainda que o documentário é um “sensacionalismo sem precedentes” e “aberração que nada tem de jornalismo”. De acordo com a instituição informações importantes foram omitidas.
“Por exemplo, a reportagem repete a mentira de que os pais não foram legalmente citados no processo judicial de adoção, quando consta nos autos que eles estavam, sim, informados – declarou a IURD”, afirma outra parte do texto.
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