O Instituto Vladimir Herzog denuncia que a investigação e julgamento dos envolvidos no assassinato do radialista Valério Luiz, ocorrido em 2012, em Goiânia, à porta da AM 820, teria sofrido um novo revés. A referência é à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal [STF] Ricardo Lewandowisk. Ela anulou a sentença do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás [TJ – GO] que enviara a júri popular os supostos acusados pela execução do jornalista.
– A decisão foi emitida em 18 de dezembro de 2017.
O Instituto Vladimir Herzog vê o episódio com grande preocupação por tratar-se de um caso emblemático da violência contra os comunicadores no Brasil, diz a resolução da instituição que é integrada por Clarice Herzog e Ivo Herzog. O crime ocorreu no dia 05 de julho do ano de 2012. Não custa lembrar: Valério Luiz exercia há mais de 30 anos a profissão. “Seguindo os passos de seu pai, que também trabalhou nas emissoras do Estado de Goiás”.
– O advogado Valério Luiz, seu filho, irá à Procuradoria da República para que recorram da decisão.
A nota do Instituto Vladimir Herzog cita dados da organização Artigo 19. Entre 2012 e 2014, apenas metade dos casos de homicídios de comunicadores culminou na abertura de um processo criminal, revela. Em nenhum dos casos, o mandante do crime foi responsabilizado, pontua. Este é um padrão que não pode continuar, insiste. A defesa da democracia exige que o Estado faça a sua parte e proteja aqueles que trabalham para informar os cidadãos, anota.
– A falta de punição em crimes contra jornalistas serve de estímulo para que novas violações contra a liberdade de expressão e de imprensa ocorram.
2012 Assassinato de Valério Luiz
5 de Julho. Dia da execução
6 Anos. Tempo sem justiça