O Podemos (antigo PTN) pode ser o plano B daqueles que divergem da orientação de seus partidos ou grupos políticos. No MDB, o Podemos é visto como saída para deputados estaduais e prefeitos que pretendem apoiar a candidatura de Ronaldo Caiado (DEM) ao governo do Estado. Esta pode ser também a tábua de salvação para algumas lideranças da base governista, como o senador Wilder Morais, que teria opção de mudar de legenda, caso seja preterida a sua candidatura à reeleição na chapa situacionista.
Ligado ao senador Alvaro Dias (PR), o Podemos foi criado a partir do PTN. A legenda tem como principal objetivo sustentar a candidatura do senador paranaense à presidência da República. Em Goiás, após a saída de Alexandre Baldy (deputado federal e hoje ministro das Cidades), o Podemos está à disposição da campanha do senador Ronaldo Caiado. O entendimento foi feito entre o próprio Alvaro Dias e Caiado no Senado.
Na lista dos emedebistas que podem se filiar à nova legenda figuram o deputado estadual José Nelto, o ex-deputado estadual Samuel Belchior e os prefeitos Ernesto Roller (Formosa), Adib Elias (Catalão) e Paulo do Valle (Rio Verde). Outros emedebistas são esperados e o dia 2 de abril é o prazo final para definição sobre filiação. Como o Podemos é uma legenda nova, a mudança não configura infidelidade partidária, que seria punida com a perda do mandato.
A virtual incorporação do Podemos por lideranças emedebistas cria um fato positivo para Caiado, mas não resolve um dos gargalos de sua campanha: o tempo na propaganda eleitoral de rádio e televisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral). A soma de uma possível aliança entre DEM e Podemos ainda deixaria Caiado com tempo menor do que o deputado federal Daniel Vilela (MDB) e o vice-governador José Eliton. Nestas eleições, os partidos com maior tempo de televisão continuam sendo o PT, o MDB e o PSDB. De acordo com a Justiça Eleitoral, os emedebistas, por exemplo, têm direito a 85,5 segundos e três inserções de 30 segundos por dia, o PSDB do vice-governador José Eliton conta com 78,5 segundos e 2,9 inserções, enquanto que o DEM (35) e o Podemos (12,5) somam juntos 47,5 segundos e 1,8 inserções de 30 segundos por dia.
Se não rende muito do ponto de vista da propaganda partidária, a aliança entre DEM e Podemos resolve outro problema para os caiadistas: a minúscula estrutura do DEM, que fragilizou-se após o rompimento de Caiado com o governo do Estado. A entrada de emedebistas e de lideranças de outros partidos na nova legenda cria uma rede, dando capilaridade à campanha de Caiado.
O relógio eleitoral não para de girar e o tempo agora é implacável com todos os candidatos. Tudo conta tempo: seja no rádio e TV, seja o último dia para troca de partido (2 de abril), o prazo final para desincompatibilizações (7 de abril) e a data-limite para as convenções partidárias (20 de julho a 5 de agosto). No dia 16 de agosto tem início a propaganda eleitoral e no dia 7 de outubro, o primeiro turno das eleições. Será uma campanha curta de apenas 52 dias, nos quais será testada a estratégia de cada campanha. O DEM de Caiado corre contra o tempo para costurar alianças, pois, entre todos os candidatos, é o que menos tempo tem.