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POLÍTICA

Oficial do Exército defende mudança pelo voto popular

Vitor Hugo de Araújo Al­meida é baiano de Sal­vador, mas optou por ser goiano. Fez aqui, em Goiâ­nia, toda uma vida. Aqui se ca­sou, aqui nasceram-lhe os filhos. Aqui se bacharelou em Direi­to pela UFG. É advogado inscrito na seccional da OAB de Brasília.

Agora ele é candidato a depu­tado federal pelo PSL, o partido de Jair Bolsonaro. Foi a pedido do pró­prio Jair que Vitor Hugo aceitou dis­putar a eleição para uma cadeira na Câmara dos Deputados, onde, aliás, trabalha como consultor parlamen­tar na área de Segurança Pública de Defesa Nacional. Cargo para o qual foi nomeado após ter sido aprovado em concurso. Era uma única vaga. Vitor a conquistou. Ele, portanto, não caiu de paraquedas no serviço público. Ele chegou lá graças ao seu esforço pessoal, ao mérito próprio.

Mas ele já chegou de paraque­das a muitos lugares. Literalmen­te. Vitor Hugo é paraquedista e ins­trutor de salto. Atualmente ele não exerce mais esta atividade. Hoje em dia ele é oficial da reserva. Advoga­do e servidor público, aspira agora a carreira de político.

Uma rápida vista d’olhos pelo currículo de Vitor Hugo mostram ter sido ele um militar excepcio­nal, com uma carreira brilhan­te. Ele foi aprovado em 1° lugar em quase tudo. Estudou na Aca­demia Militar de Agulhas Ne­gras. Escolheu a Infantaria. Co­meçou a servir na Brigada de Operações Especiais – uma unida­de de elite, formadora de comandos -, e por esta razão veio para Goiás.

A brigada de Operações espe­ciais foi transferida, já alguns anos, do Rio de Janeiro para Goiânia, em virtude da proximidade com a ca­pital do País. Instalou-se no quartel do antigo 42 BIM, que já foi 10° BC.

Como oficial do Exército, pa­tente de major, com vários cursos de aperfeiçoamento no Brasil e no exterior, tendo ainda cursado a Es­cola de Estado Maior do Exérci­to. Tendo participado de inúme­ras missões fora do Brasil a serviço do seu país, possuindo inúmeras condecorações, Vitor Hugo já se­ria, hoje, no mínimo, tenente-coro­nel. E, por ter cursado Estado Maior, chegaria com certeza ao generalato.

Mas o apego à família falou mais alto. As longas ausências do lar, im­postas pelo dever profissional, le­varam-no a optar pela vida civil. Assim, desde 2014 ele está na Câ­mara Federal atuando como con­sultor e assessor. E foi nesta condi­ção que ele conheceu o deputado Jair Bolsonaro, a quem assesso­rou na elaboração de um proje­to de lei que estabelece um mar­co legal do combate ao terrorismo. O projeto de lei 5825/2016, atual­mente em tramitação na comis­são de Segurança Pública, foi proposto por Bolsonaro com re­dação final dada por Vitor Hugo.

Assistindo às sessões no plená­rio da Câmara e nas comissões, Vi­tor Hugo descobriu-se vocaciona­do para a política, no sentido nobre da palavra. Homem de coragem fí­sica e moral, com sólida formação intelectual, Vitor Hugo percebeu que poderia servir à pátria tam­bém como parlamentar.

Seu modelo inspirador, diz ele, foi Duque de Caxias, o solda­do integral, o marechal de cam­po que era também político, ho­mem de Estado, tendo servido ao Império em várias legislaturas. Caxias, também cognominado “o pacificador”, que sufocou inú­meras revoltas intestinas, sepa­ratistas, mas tendo como políti­ca estender as mãos aos vencidos para reintegrá-los à vida nacional.

IDEIAS

“Sou assumidamente de direi­ta”, afirma Vitor Hugo. Mas ele está longe do extremismo. Na verda­de, é um democrata. Por isso re­jeita prontamente propostas ex­tremadas de intervenção militar, como a que é defendida pelos di­reitistas radicais. “Não defendo a intervenção militar”, afirma. “De­fendo mudanças pelo voto”, declara.

Vitor Hugo acha legítimo que os militares procurem participar das decisões. “Os militares que desejarem influir no processo po­lítico, que deixem o serviço ati­vo e venham para a vida civil”. Para Vitor Hugo, uma interven­ção militar “seria catastrófica”.

Do mesmo modo, Vitor Hugo reprova o emprego das Forças Armadas como instrumento de combate à criminalidade. Ele compreende que o apelo de se­tores da população para que as Forças Armadas atuem como policiais decorre do prestígio e da credibilidade das institui­ções militares, mas não acre­dita que tropas do Exército na rua possam erradicar a crimi­nalidade. “O caos social fazem as pessoas delinquir”, afirma. A repressão policial, conquan­to imprescindível, não é sufi­ciente para resolver a questão.

Vitor Hugo é favor da revoga­ção da lei do desarmamento. Na sua opinião, o uso de armas de­veria ser um direito do cidadão. Mas ele não defende o uso indis­criminado e a desregulamenta­ção. Ele defende que o direito de portar e manusear armas deve ser concedido apenas àqueles que, na forma de uma lei a ser devi­damente aprovada, preencham requisitos prévios de habilitação. Um desses requisitos é não ter an­tecedentes criminais. Outro é a passagem por treinamento com instrutores devidamente creden­ciados. E, claro, submeter a arma a controle por parte da autoridade.

Vitor Hugo condicionou sua candidatura a certos limites éticos. Seu público-alvo é a classe média politizada. Ou seja: ele vai buscar o voto de opinião, pois não aceita a entrar no jogo fisiológico a que candidatos, à esquerda e à direi­ta, alegremente se submetem vi­sando eleger-se a qualquer preço.

Vitor Hugo diz que fará cam­panha com seus próprios recur­sos de funcionário público bem re­munerado. Repele de pronto toda e qualquer proposta para ofere­cer “estrutura” a líderes munici­pais que se disponham a apoiá-lo. “Estrutura” é o eufemismo para dinheiro para compra de votos.

“Um cidadão se ofereceu para me apoiar se eu lhe arranjasse um porte de arma”, conta Vitor. “Mas eu me neguei, disse a ele que como de­putado, vou defender o direito de todo cidadão, observadas as exi­gências legais, de adquirir e por­tar armas”, explicou o postulante a candidato, encerrando a conversa.

Não defendo a intervenção militar, defendo mudanças pelo voto”   Os militares que desejarem influir no processo político, que deixem o serviço ativo e venham para a vida civil”


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