“Caiado não aglutina a oposição, porque é prepotente e atropela todo mundo. Nunca vi coerência nele. Não tem projeto para o nosso Estado”– é o que diz o dirigente emedebista Jader Jonas de Araújo, de Rio Verde, candidato a deputado estadual e militante da campanha de Daniel Vilela.
Jader tem uma história de vida rica em lutas e superação. Foi bóia fria na juventude. Mesmo com dificuldade, estudou. Tornou-se pedagogo, professor do ensino fundamental. Prestou concurso público e ingressou, como patrulheiro, na Polícia Rodoviária Federal. Hoje, aposentado, toca uma pequena propriedade rural em Rio Verde, escreve livros de auto-ajuda, militou em ONGs ambientalistas e ainda atua na política partidária.
A crítica que ele faz a Caiado é que, sendo o senador um conhecido agropecuarista, “tem sido omisso em relação aos problemas do agricultor, sobretudo o do agricultor familiar”, diz ele.
Para Jader, o verdadeiro esteiro da economia rural brasileira não é o grande empresário rural do chamado “agrobussiness”. Jader diz que o grande empresário rural produz basicamente para a exportação, deixando para o pequeno agricultor o encargo de “por alimento na mesa dos brasileiros”.
A agricultura familiar, diz ele, responde por mais de 80% da produção destinada ao mercado consumidor interno, embora só disponha de 10% das terras agricultáveis. São distorções como essa, diz ele, “que fazem do alimento no Brasil, em termos comparativos, um dos mais caros do mundo”.
Jaderchamaaatençãoparaofato de estar o agricultor familiar desassistido pelas autoridades e enfrentar muitas dificuldades para continuar exercendosuaatividade. Alémdeter pouca assistência creditícia, a agricultura familiar padece com a quase inexistência de assistência técnica.
“Nos últimos anos, o governo estadual passou a negligenciar o setor de pesquisa. Os laboratórios estão sucateados, vários projetos de experimentação foram desativados. Sem pesquisa, também não há, quase, extensionismo rural”, denuncia.
Jader cobra do governo e dos candidatos um compromisso firme com a retomada da pesquisa e do extensionista, voltados sobretudo para os pequenos agricultores, “pois estes são os que mais precisam”. Na opinião dele, o declínio da pesquisa e do extencionismo rural estão diretamente vinculadas ao problema ambiental no campo.
Segundo o estudioso, as sementes usadas atualmente são fornecidas por multinacionais, já que os órgãos públicos já não as fornecem. São sementes que exigem o tratamento com agro-tóxicos, cujo uso indiscriminado vem acarretando o envenenamento do solo e das águas.
Outro problema por ele denunciado é que a fiscalização ineficiente vem estimulando muitos fazendeiros a erradicar as matas ciliares, provocando a degradação de mananciais e assoreamento dos cursos d´água. É um problema tão sério que até as represas das usinas hidroelétricas já estão acumulando areia, e isto vai afetar a capacidade de geração”, alerta.
Jader diz que é necessário investir mais na diversificação da agricultura goiana, com a implantação de projetos de fruticultura. Ele preconiza também um projeto de fomento da triticultura em Goiás. “Mas, para isso, é preciso uma firme ação governamental no sentido de apoiar o pequeno agricultor e reorganizar, dentro de ponto de vista estratégico, a grande produção agrícola”.