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POLÍTICA

Candidatos alternam críticas e apresentam propostas

  •  Confronto entre Zé Eliton e Ronaldo Caiado teve risada muda e irônica; políticos falaram sobre servidores concursados e comissionados


O debate da rádio CBN/ jornal O Popular, reali­zado na manhã de on­tem, trouxe candidatos focados em críticas. É o sétimo encontro dentre os pré-candidatos.

Ronaldo Caiado (DEM) saiu da defensiva e questionou a corrup­ção do Governo de Goiás para um inquieto, mas por vezes convenci­do, José Eliton (PSDB). Daniel Vi­lela (MDB) manteve as críticas e se mostrou articulado para discu­tir grandes temas, apesar dos apar­tes provocados por Weslei Garcia (PSol) e Kátia Maria (PT) que ques­tionaram sua aliança com Michel Temer (MDB) e a “velha política”.

Ao questionar José Eliton sobre educação, Weslei Garcia mostrou propriedade para falar sobre o tema. Eliton propõe mestrado para todos professores (programa “Professor mestre”), política pública polêmi­ca, já que a conquista do título não deve ser atributo exclusivo de pro­fessores, mas de todas as áreas e car­reiras de caráter científico.

Eliton disse que Rachel Teixeira, sua candidata à vice-governadora, seria uma “das maiores autoridades em educação do Brasil”. Apesar de profissional reconhecida, o mun­do acadêmico goiano sabe que ela não chega a tanto, seja pela práti­ca científica seja pela atuação po­lítica. Após a deixa, Garcia ignorou a informação superlativa e mudou o foco, mirando sua artilharia: “(...) Vocês tiraram R$ 2,4 bilhões, ma­quiaram e não investiram na edu­cação. Vocês não investiram nada em educação! Vamos devolver a titularidade que vocês tomaram”.

Kátia Maria manteve o discur­so de que existe uma divisão en­tre as candidaturas. O grupo se di­vide em quem teve oportunidade de governar Goiás e novos candi­datos. Ela se inclui neste último gru­po: “A verdade é que eles já tiveram a oportunidade. Aliás, todos eles. O DEM tá no governo o tempo inteiro, o MDB já governou Goiás, o PSDB está há 20 anos governando. E o que tenho ouvido nas ruas é exatamen­te o contrário do que foi colocado aqui. Se você me der a oportunida­de, eu quero ser essa governadora generosa. Pois agora generosida­de virou moda...Mas preciso dizer que tem que ter uma atenção efeti­va com nossa juventude”.

Kátia prometeu mais recursos para permitir que estudantes con­cluam o ensino superior e tempo in­tegral nas escolas estaduais. “Vamos garantir o passe livre de verdade, pois é inadmissível você ter apenas o di­reito de sair da sua casa e ir para o es­tabelecimento de ensino”, pontuou.

Em sua argumentação, em uma fala entonada, Eliton defendeu uma ação mais efetiva para os servidores públicos. “O servidor público sabe do respeito que temos para as di­versas carreiras. Temos feito diálo­go constante com o governo. Temos programas de qualificação. Aliás, meu governo se notabilizou por es­tabelecer fóruns adequados.

Daniel repetiu o discurso dos demais debates e criticou Caia­do sempre que possível. Quan­do questionado apresentava suas propostas: “Primeiro que temos a proposta mais ousada quanto as indicações políticas: 50% dos car­gos comissionados serão ocupa­dos por servidores de carreira após processo de certificação e habili­tação, criando, assim, um banco de talentos. Vamos fazer com que Goiás, nos próximos quatro anos, deixe de ser o Estado com maior número de comissionados do Bra­sil e se transforme no que apresen­te o menor número proporcional”.

RISO MUDO

O trecho mais tenso (e também engraçado) ocorreu quando Eliton acusou Caiado de incoerente, já que transitou por paridos que acusou ou teve diferenças no passado – caso do MDB. Caiado se defendeu: “(...) É exatamente a minha história da vida, uma trajetória de 20 anos na política de Goiás. Sempre com coerência. Fiz o embate do impeachment, pedi an­tecipação das eleições, mostrei que apoiei a eleição do governador Mar­coni Perillo. E quando ele saiu das te­ses republicanas sérias, nós deixamos o governo. A indicação sua (de Eliton como vice) era um clamor do Nor­deste goiano. (...) Não tenho maior di­ficuldade em amanhã estar apoiando os projetos que sejam bons: seja na área da cultura, da educação, como no acompanhamento da abertura de duas universidades em Goiás. Isso é um ponto positivo. Isso não quer di­zer que existe nenhum atrelamen­to com a conduta de governo. É esse grau de independência que eu guar­do em minha vida. E é o que estimulo aos jovens entrarem na vida política”.

Após o comentário de Eliton, ocorreu um dos momentos mais silenciosos do debate. Quando dis­se “a quem já declarou lealdade to­tal”, Caiado vira o olhar para Eliton e tece seus comentários. Os ouvin­tes da CBN perceberam um sossego no ar: na verdade, Caiado ria de for­ma silente e piedosa. Quem acom­panhou nas redes sociais percebeu o democrata lembrando que Eliton teria jurado lealdade a ele. “Em cur­to trajeto político, quantas mudan­ças já feitas”, criticou de forma suave.

Após rir, voltou a entonar: “Mi­nha gente, o povo de Goiás quer saber outra coisa”.

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