Os vereadores de Goiânia apreciam em segunda votação na sessão de hoje o projeto do Executivo que propõe solucionar o déficit do município com o IPSM (Instituto de Previdência Social do Município). O prefeito Iris Rezende (MDB) ressalta que déficit da previdência social em Goiânia tem gerado um estrangulamento das contas públicase impedido investimentos fundamentais para a cidade. O aporte mensal que a administração municipal faz mensalmente para pagar aposentadorias e pensões, que está calculado em R$ 35 milhões, em média. De acordo com Iris, a dívida consome 100% do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e impede construções de novas unidades de ensino, pavimentação e até captação de recursos, pois administração não cumpre quesito liquidez.
De acordo com o prefeito, a resolução do déficit do IPSM vai permitir os recursos que a dívida consome sejam revertido em benefícios para os goianienses; “A prefeitura teria capacidade de zerar o déficit atual de vagas na educação infantil, ampliar as obras de pavimentação, liberar a captação de recursos da União e melhorar o serviço público”, frisa.
PROJETO
O secretário de Finanças, Alessandro Mello, ressalta que desde o início de 2017, a administração do prefeito Iris Rezende tem buscado soluções técnicas para resolver a crise previdência social e salvar as contas públicas. Para pagar o déficit previdenciário histórico, cujo cálculo atuarial está avaliado em R$ 17,8 bilhões, foi proposto o Projeto de Lei de Modernização da Previdência Social, que prevê o pagamento desta dívida histórica a partir da cessão de áreas públicas em regiões nobres e de valores recebidos da dívida ativa. “O projeto traz mais segurança aos servidores públicos, que deixariam de depender o tesouro municipal para receber seus benefícios e, ao mesmo tempo, beneficiaria todos os moradores de Goiânia que teriam os recursos pagos em impostos destinados para a execução de serviços e obras pela cidade”, informa.
HISTÓRICO
Dados da Secretaria de Finanças revelam que o déficit foi gerado porque, no período entre 1984 e 2002, os servidores públicos municipais e os entes patronais não efetuaram o pagamento de alíquota de contribuição previdenciária. Isso ocorreu porque não existia legislação específica regulamentando o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).
O presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Goiânia (IPSM), Silvio Fernandes, explica que o Projeto de Lei de Modernização da Previdência Social de Goiânia segue as recomendações do Ministério Público do Estado de Goiás, Tribunal de Contas dos Municípios e Secretaria Nacional da Previdência e tem como objetivo garantir a sustentabilidade dos benefícios para as próximas décadas e implantar novos sistemas de controle e transparência.
MP ACOMPANHA VOTAÇÃO
Aprovado em primeira votação na Câmara Municipal de Goiânia e também na Comissão de Trabalho, o Projeto de Modernização da Previdência Social é a única solução para salvar a cidade. O projeto é acompanhado pelos órgãos de controle, como Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e, segundo o promotor Fernando Krebs, a nova legislação atende ao interesse público e aos servidores.
“Essa modelagem é, ao meu juízo, a salvação da previdência do setor público no Brasil e não apenas em Goiânia. E o prefeito está fazendo a coisa certa, ele está querendo passar imóveis para o Instituo para capitalizá-los. O que o Estado de Goiás fez? Acabou com o Fundo e não capitalizou. O prefeito está fazendo o oposto, está fazendo o correto”, explica.
Ele recorda que o MP-GO recomentou ao IPSM que adotassem diversas melhorias no sistema de pagamento. No entanto, as alterações só poderão ser feitas se a matéria for aprovada. “Nós entramos recomendando uma série de medidas ao Instituto de Previdência para que ele centralize as aposentadorias, para que ele possa auditá-las, controla-las, verificar onde estão os excessos e os erros que acontecem. Nós fizemos a recomendação, mas para que o município cumpra é fundamental a aprovação da lei. Sem ela não haverá reorganização da previdência”, afirmou.