O deputado Bruno Peixoto (MDB) apresentou, ontem, no plenário da Assembleia Legislativa, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que propõe a prorrogação para 2020 o início do Orçamento Impositivo. O projeto foi aprovado por unanimidade antes do primeiro turno e garante a destinação de 1,2% da receita líquida do Estado de Goiás para que os parlamentares utilizem em emendas constitucionais. Para apresentação da PEC, eram necessárias 14 assinaturas. Os deputados que apoiam o pedido são: Álvaro Guimarães (DEM), Daniel Messac (PTB), Dr. Antônio (DEM), Isaura Lemos (PCdoB), Iso Moreira (DEM), José Nelto (Podemos), Luís César Bueno (PT), Lincoln Tejota (Pros), Lívio Luciano (Podemos) Marlúcio Pereira (PSB), Sérgio Bravo (Pros), Simeyzon Silveira (PSD) e Wagner Siqueira (MDB).
O governador eleito Ronaldo Caiado manifestou posição contrária à vigência do Orçamento Impositivo já em 2019. O presidente da Assembleia Legislativa, José Vitti (PSDB) vai se encontrar, nos próximos dias, com Caiado para tratar desse assunto.
Bruno Peixoto reforçou que essa prorrogação é uma necessidade para o governador eleito, Ronaldo Caiado (Dem), que vai assumir em primeiro de janeiro de 2019. “Não é o fim do orçamento impositivo, é a prorrogação. Dando um voto de confiança, com bom senso, para o governo eleito, que assume om o orçamento aprovado nessa legislatura para o ano vindouro”, completa Peixoto.
O deputado emedebista cita que as dificuldades financeiras do estado, com parcelamento de salário, falta de medicamentos na rede pública, paralisação de obras e falta de repasses para as Organizações Sociais (OSs). “O governo não está fazendo os pagamentos devidos. Nós sabemos do déficit orçamentário do estado. E aí vamos colocar mais umareceitavinculada, impositiva, para o próximo governo? Eu acho que isso não representa a vontade da sociedade”, finaliza.
Bruno Peixoto explicou que esse “voto de confiança” permitirá ao governador eleito, Ronaldo Caiado (DEM), definir as prioridades na nova administração, antes de se comprometer com as emendas dos deputados. “Não podemos carimbar receitas e engessar o Governo”, explicou. O emedebista afirmou que antes de cumprir o compromisso com as demandas do Legislativo, o Executivo deve resgatar os compromissos não honrados pelo governo tucano de José Eliton (PSDB). “Eles estão parcelando salários de servidores. Estão com ob ras paralisadas por falta de recursos. Não possuem verbas para comprar medicamentos, para repassar as Organizações Sociais (OS)”, concluiu.
POLÊMICA
No ano passado, o projeto havia sido colocado em votação mas não foi aprovado. A base aliada ao governo tucano na Alego afirma que a PEC é uma estratégia de oposição do governo eleito. Afinal, o orçamento Impositivo vai garantir cerca de R$ 7 milhões para cada parlamentar investir em projetos nos municípios que representa, com maior autonomia.
Dentro dos 1,2% da receita líquida do estado, que serão destinados ao Orçamento Impositivo, 70% deve ser utilizado em vinculações constitucionais. Que são saúde, educação, ciência e tecnologia. Havendo essa vinculação, facilita a aplicação das emendas”, explica o presidente da Alego, José Vitti (PSDB).
COBRANÇA
O deputado Luis Cesar Bueno (PT) afirma que Goiás é o único do Estado onde o Orçamento Impositivo não é utilizado. Ele disse ainda que nunca teve uma emenda aprovada no governo do PSDB e propõe que os parlamentares façam uma negociação com o governo que assume no ano que vem.
O deputado Talles Barreto (PTB), defendeu a vigência do Orçamento Impositivo e chamou de “infeliz” a iniciativa de Bruno Peixoto (MDB), que apresentou um requerimento para prorrogar para 2021 a Lei do Orçamento Impositivo. Talles lembrou que o colega parlamentar sempre brigou pela implementação dessa Lei, que é, segundo ele, uma forma importante de ajudar os municípios do Estado, e que, agora, apresentar essa emenda é tentar retirar o maior legado da história da Assembleia Legislativa.
Já o deputado Henrique Arantes (PTB) afirmou que não vai votar a favor de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do deputado Bruno Peixoto (MDB), que propõe adiar início da vigência do Orçamento Impositivo. “Eu praticamente fui expulso da base do governo por apoiar este projeto. Agora não posso, de forma alguma, votar contra ele. Quero dar oportunidade para o governador Ronaldo Caiado fazer um bom governo, mas o Orçamento Impositivo não vai impedir que isso aconteça”, salientou o parlamentar.
Henrique Arantes sugeriu que se busque uma negociação para que seja alterada a forma de aplicar as emendas dos parlamentares no Orçamento do Estado. “Eu abro mão de apresentar a integralidade de minhas emendas em prol da Saúde e Educação. Abro mão de trinta por cento de minhas emendas na infraestrutura. Não gostaria de fazer a defesa disso. Os deputados da base que levem proposta ao governador. De forma nenhuma, isso inviabiliza o Estado”, defendeu.