Em entrevista transmitida ao vivo, ontem, pela internet, o governador eleito, Ronaldo Caiado (Democratas), afirmou ontem que fará um governo compartilhado com a população. Ele também se comprometeu a fazer uma gestão transparente, sempre com diálogo com a sociedade e apresentando soluções com parcerias com o setor privado, Sistema S e entidades de classe. O democrata ainda foi enfático ao dizer que sua equipe será pautada no espírito público qualificação e apresentação de resultados e que não terá um governo dividido politicamente; buscará a pacificação. Caiado enfatizou que governará para todos os goianos e chamará a oposição para o diálogo em nome de um projeto para recuperação do Estado. “Todos nós temos que ter a humildade em dizer que é um momento de responsabilidade enorme, não posso decepcionar o goiano. Por isso, saberei fazer um governo compartilhado no sentido de conversar com a população. Vou mostrar a situação como está ocorrendo, o que está sendo feito. Vou buscar muito convênios com setores da iniciativa privada. O Sistema S vai entrar em tempo integral. Outros segmentos também, entidades de classe “, afirmou. As declarações foram dadas durante entrevista ao programa Jackson Abrão Entrevista, no site do jornal O Popular.
Caiado acredita que a oposição, a partir de um espírito público e de suas credenciais concedidas por uma votação de ampla maioria do povo, irá aprovar projetos importantes na Assembleia Legislativa. “Tenho certeza de que naqueles programas em que o goiano me deu quase 60%, eu estou credenciado para apresentá-los. Eu espero que, num gesto suprapartidário, seja o interesse do goiano que tenha o apoio da Assembleia Legislativa, numa ampla maioria, e que possamos fazer um momento de reconstrução da estrutura política no Estado de Goiás”, assegurou.
Sobre a escolha da equipe, o governador eleito explicou que a política será fundamental, mas haverá uma escolha pela competência e capacidade técnica para ocupar o cargo. A era de apadrinhamento chegou ao fim em Goiás. “(Serão escolhidos) técnicos qualificados, pessoas preparadas, pessoas que estão ali para mostrar o melhor que tem, pessoas com espírito público para ajudar a recuperar o Estado de Goiás. São critérios que saberei avaliar para colocar em cada cargo quem possa responder pela função com qualificação e reconhecimento, não por apadrinhamento”, pontuou.
TRECHOS DA ENTREVISTA
OPOSIÇÃO
“No momento em que eu chegar ao governo, no dia da posse, serei governador de todos os goianos. Em toda democracia você tem oposição. E oposição tem que ser respeitada. Souumparlamentarcomquase 25 anos no Congresso Nacional. Mas sempre fui um homem aberto ao debate com conteúdo, com argumento. A oposição será chamada por mim, vou ouvi-los. Tenho certeza de que naqueles programas em que o goiano me deu quase 60%, eu estou credenciado para apresentá-los. Eu espero que, num gesto suprapartidário, seja o interesse do goiano que tenha o apoio da Assembleia Legislativa, numa ampla maioria, e que possamos fazer um momento de reconstrução da estrutura política no Estado de Goiás”.
EQUIPE
“Passei a pensar em formar a equipe a partir de ontem. Recebi uma ligação do governador me cumprimentado pela vitória e, ao mesmo tempo, ele disse que faria hoje uma reunião com o secretariado para que tão longo possamos discutir uma equipe de transição para que tenha conhecimento de todos os dados do governo, para que tenha uma transição totalmente transparente, para que eu tenha noção de quais são as prioridades imediatas, quais são as ações imediatas que eu devo fazer “.
PACIFICAÇÃO
“Você sabe a necessidade de a gente buscar um clima para pacificar a política. Buscar pontos de concórdia onde as pessoas tenham até suas posições partidárias, aonde possamosfazerumgovernoemque a parte política seja fundamental para construir tudo isso. “(Serão escolhidos) técnicos qualificados, pessoas preparadas, pessoas que estão ali para mostrar o melhor que tem, pessoas com espírito público para ajudar a recuperar o Estado de Goiás. São critérios que saberei avaliar para colocar em cada cargo quem possa responder pela função comqualificaçãoereconhecimento, não por apadrinhamento”.
SITUAÇÃO FISCAL
“Me preocupa sobremaneira essa parte fiscal do estado. Nós estamos vendo as informações de atraso de pagamento, situação em que a arrecadação não está suportando os gastos com pessoal, as despesas com juros, encargos. Enfim, isto é uma preocupação. Hoje nós não temos o aval do Tesouro Nacional para contrairmos empréstimos junto a bancos oficiais e é algo que também me preocupa e que trabalharei fortemente para recuperarmos a condição junto ao Tesouro Nacional. É esse diagnóstico que é fundamental para termos uma ideia das prioridades e como atender as maiores necessidades do estado de Goiás”.
PRESTAÇÃO DE CONTAS
“A prestação de contas é algo que todo político é obrigado a fazer. Agora, eu não vou apenas ficar dizendo que situação que está. Cabe a mim, como governador eleito buscar alternativas, buscar uma saída. É lógico que, independente do quadro, você tem uma maior rapidez para sair da crise ou não. O diagnóstico depende de como está a situação geral do estado. Até agora, nós temos dados que a imprensa publica ou são dados de conhecimento do cidadão, mas nós não temos os detalhes, os contratos, as dívidas que já foram assumidas, as que estão em atraso, a capacidade de arrecadação de Goiás. Então, isso precisa ficar bem claro para que a gente possa, a partir daí, dar total transparência a aplicação de cada real e buscar uma saída para situação que vive Goiás”.
UNIÃO
“Ao construir um governo num momento tão importante quanto esse da vida nacional, você não pode criar nichos de governo. O Estado tem um compromisso com o cidadão. Não é com o secretário. Secretário tem que estar ali para apresentar resultados e cumprir a sua função. Queremos harmonizar a equipe para que todos possam falar e todos possam marchar num sentido único”.
RESPONSABILIDADE
“Todo nós temos que ter a humildade em dizer que é um momento de responsabilidade enorme, não posso decepcionar o goiano. Por isso, saberei fazer um governo compartilhado no sentido de conversar com a população. Vou mostrar a situação como está ocorrendo, o que está sendo feito. Vou buscar muito convênios com setores da iniciativa privada. O Sistema S vai entrar em tempo integral. Outros segmentos também, entidades de classe. Vamos acabar com esse negócio de almoço e jantar executivo, vamos colocar mãos à obra, ver o que podemos fazer em cada região. Daremos o bom exemplo. Tem que cortar na carne para dar o bom exemplo”.
HUMILDADE
“Se houver erro, ou falha, vamos falar. Somos suscetíveis a isso. Nunca aceitei ser dono da verdade. Sou uma pessoa que aprende todos os dias. Esse negócio de que achar que sabe tudo comigo não funciona. Se um cidadão colocar um argumento consistente deixando a parte ideológica de lado, a parte política de lado, mas um argumento que seja consistente eu reconheço”.
COMPOSIÇÃO DE GOVERNO
“Eu fiz uma campanha totalmente descomprometida de qualquer acordo com quem quer que seja. Foi uma campanha onde todos vieram dentro de um sentimento de mudança e com total respeito a um programa de governo. Não existiu compromisso para assumir secretaria A ou B. Saberei compartilhar, mas o compartilhamento será feito por competência, por capacidade, não por uma capacidade prévia que ele tem, mas é mostrar essa capacidade no decorrer do exercício da sua função. Já dizia Petrônio Portela: o homem faz o cargo, então você tem que saber que quando um cidadão que lá está é menor que o cargo, aí ele está no lugar errado”.