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POLÍTICA

O MENINO QUE PANHOU O SONHO

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O CÉU se estende alegre no azul e esconde o Infinito aos olhos. O perfume das flores passeia na brandura das brisas. O canto dos pássaros festeja nos ninhos o cio nos galhos das árvores. As borboletas redemoinham no sossego do ar e bordam cores nos pousos ao chão. A paz se distribui na calma dos velhos olhando os netos crescerem. A esperança brinca nas crianças panhando sonhos nas ingenuidades da infância. O belo saúda o dia. A vida convida à meditação na bondade. O amor quer escrever poemas nos corações. Os Dois Mundos abriram a porta nas almas das pessoas. A hora de pagar a conta chegou na travessia do Mal para o Bem.

O Poder Maior desce sobre as autoridades dos poderes terrenos e senta-as nas consciências. Ouvem-se no remorso e veem-se nas culpas. O mundo confabula-lhes lembranças no silêncio da solidão. A tristeza chega-lhes na desolação do abandono paralisado no acabado. Seus olhares reúnem ausências. Os amigos não lhes eram e não vieram deixar o abraço da despedida. As traições rastejam à frente das suas decepções. Os agouros mostram-lhes o fatal mais adianta nos escavados da corrupção. Todos sentem-se o próximo no tapa da Moira, como se um sentimento de culpa emendasse-os, ou fossem muitas dores da mesma ferida. O sofrimento veio busca-los. Olhem-se para trás. Voltem a curem as chagas que abriram nos outros. Nelas estarão seus alívios.

A carga de abalos na paz dos acumuladores de riquezas no poder é a ponta da tormenta nas aflições seletivas do justo do injusto nos ricos e reparadoras do imerecido nas misérias das nações amontoadas nos pobres. A agonia que desespera aos já colhidos no agouro das provações morais antepõe a flagelação dos que se repartirem nas vendas da honra. Esses chegaram ao fim nos saques ao indevido. Os que eles fizerem sofrer, padeçam piedosos deles. Agora é o tempo da razão Divina.

O Juízo Final (Apocalipse, capítulo 20) já está instalado sobre todas as nações e iniciou o julgamento dos oficineiros do povo escravo a eles nos Impérios, nas Ditaduras e nas Repúblicas. Os negociadores dos sonhos da liberdade não entregues pelos holocaustos de Adolf Hitler e Josef Stalin nos guetos sectários das ideologias políticas. Os mercadores da fé adequada à devoção dos dízimos nos dogmas fanáticos das teologias religiosas na Inquisição da Itália e na Ku Klux Kan dos Estados Unidos. Os prolatores na cúpula autoritária das leis que Pôncio Pilatos lavou as mãos nelas na condenação política de Cristo em Jerusalém, e Sebastião Xavier de Vasconcelos Coutinho, chanceler da rainha portuguesa Dona Maria I, a Louca, puxou a corda da forca da política no patriota da Inconfidência Mineira, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Celebridades se fazem no Poder de carrascos dos mártires na História.

Nas aulas da escola da vida o melhor ensino é a lição do sofrimento. Nele os maus são reprovados e os bons diplomados em sabedoria experiencial. E nessa matéria vivenciada há poucos aprovados e há excedente de repetentes em Goiás.

Excesso de familiocracia na política entupida de parentes. O Estado está uma propriedade particular nas fortunas pessoais à mostra no imenso da dívida pública. Há mais cabides de empregos no luxo dos salários que em todos os guarda-roupas dos 246 municípios goianos.

Excesso de incentivos fiscais nos espólios das concessões incorporadas por empresas goianas vendidas a companhias de porte internacional. O Estado banca no além-fronteiras monopólios ao custo da pobreza de empregos e da carência de ensino profissionalizante no interior.

Excesso de impostos e disparate de multas nas costas da população. O Estado joga dinheiro nos superfaturamentos de obras e aposta no perdão milionário de tributos.

Excesso de escolas públicas abandonadas ao descaso na carestia solta nas mensalidades escolares dos estabelecimentos comerciais do ensino. O Estado paga centenas de milhões de reais para milhares de bolsas escolares para os educandários particulares. E a Cultura mendiga recursos que sobram para eventos supérfluos nos lazeres diversionistas.

Excesso de superlotação nos presídios, e as polícias Civil e Militar na penúria financeira, a tal vergonha, que não será de se espantar caso policiais comecem a pedir balas emprestadas de bandidos. Está de dar medo viver em Goiás.

Excesso de derrotas retumbantes nas eleições. O Estado alertou aos políticos que o povo se cansou de ficar sozinho de governo em Goiás.

Saiam daqui para longe do Poder. Andem no povo. Há um moço à espera, ao luar, do amor na moça que não veio. Ali, na manhã, vem uma mãe trazer o filho para ensiná-lo a andar a procura do seu sonho. Acompanhem esse menino.

BATISTA CUSTÓDIO

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