O Ministério da Agricultura divulgou nesta terça-feira (21/05) a liberação do registro de 31 novos agrotóxicos no país. Desde o início do ano, foram 169 — o equivalente a mais de um por dia.
Segundo levantamento do Globo, realizado com base em dados do Ministério da Saúde as notificações por intoxicação pelos produtos dobraram desde 2009, passando de 7001 casos para 14.664 no ano passado. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o índice pode ser 50 vezes maior que o previsto.
Dos novos agrotóxicos, oito são classificados como extremamente tóxicos; cinco estão na categoria de altamente tóxicos; 13, medianamente; e cinco, pouco tóxicos. Em relação ao meio ambiente, 17 são vistos como perigosos, 13 como muito perigosos, e um como altamente perigoso.
Para um agrotóxico ser liberado no país, é preciso que ele passe pelo crivo do Ministério da Agricultura (responsável pela ciência agrônoma), Ibama (que estuda o impacto ambiental) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa , que analisa os impactos à saúde).
Para Alan Tygel, Membro da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida, Alan Tygel, ' o governo federal está colocando “todos os seus esforços” para acelerar a liberação de novos agrotóxicos.
— Trata-se de uma promessa de campanha, porque a indústria se queixava que a entrada desses produtos no mercado exigia um processo muito longo, que durava até oito anos — explica. 'O ministério faria melhor se investisse em outras áreas, como a produção orgânica e pesquisas científicas."