Durante entrevista ao portal O Globo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, deixou bem claro que não pretende mudar a sua atitude combativa no cargo e deve continuar com suas declarações polêmicas.
Durante a semana, o presidente fez uma série de declarações controversas – os ataques ao presidente da OAB, a crítica à definição de trabalho análogo à escravidão e a negação dos documentos históricos sobre a ditadura– são alguns exemplos.
O presidente disse ainda em entrevista publicada nesta quarta-feira (31/07) que seu comportamento deve seguir nos mesmos moldes: “Sou assim mesmo. Não tem estratégia. Se eu estivesse preocupado com 2022 não dava essas declarações”, enfatizou Jair Bolsonaro.
A entrevista foi realizada na última terça-feira (30/07) no Palácio do Planalto, em Brasília. Hiperativo, o presidente revelou que acorda antes das 4h e começa disparar mensagens de WhatsApp a ministros e assessores. Alguns deles, contou, ganharam direito a toques especiais no celular: são os quatro ajudantes de ordens, que têm um alerta diferente para que Bolsonaro possa atendê-los o mais rapidamente possível.
O representante do executivo revelou ainda que a imprensa o persegue e que não se importa com isso. “O dia que não apanho da imprensa eu até estranho”, afirmou, rindo. Pesquisa do Ibope divulgada em junho mostrou que 32% do eleitorado aprova seu governo. Ele já havia dito que essa linha seria seguida em seu governo.
Durante live feita no Facebook em 18 de julho, falou sobre aqueles eleitores que criticaram a indicação do filho Eduardo para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos: “Não vai votar em mim? Me desculpa, eu lamento”.
O presidente da República e suas declarações
Garimpo – O presidente defendeu a exploração de áreas de garimpo no Brasil. Disse ter encomendado estudo ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para criar “pequenas Serras Peladas” no país. “Mas a fiscalização seria pesada. E índio também poderia explorar”;
Presidente da OAB – Questionado sobre as recentes declarações sobre Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Bolsonaro disse que Fernando foi morto por correligionários durante à ditadura e não por militares –diferentemente do que concluiu a Comissão da Verdade;
Adelio Bispo – Sobre o processo que declarou inimputável o autor de atentado contra Bolsonaro, o presidente afirmou não ter entrado com recurso porque, com isso,“Ele responderia por tentativa de homicídio”. “No máximo em 2 anos estaria na rua. Agora, pela insanidade mental, é prisão perpétua”, disse.