A sessão extraordinária da tarde dessa quarta-feira, 30, elegeu a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa para o segundo biênio da 19ª Legislatura, para os anos de 2021 a 2023. Com 40 votos favoráveis, nenhum voto contrário e nenhuma abstenção, a chapa abaixo foi eleita, que tomará posse em fevereiro de 2021. O único deputado ausente foi o deputado Paulo Cezar Martins (MDB), que está em Doverlândia para o enterro da prefeita da cidade, Zilda Rezende Araújo Machado, que morreu nesta terça-feira, 29.
Lissauer Vieira (PSB) – Presidência
Henrique Arantes (MDB) – 1ª vice-presidência
Cairo Salim (Pros) - 2ª vice-presidência
Major Araújo (PSL) - 3ª vice-presidência
Álvaro Guimarães (DEM) – Primeira Secretaria
Júlio Pina (PRTB) – Segunda Secretaria
Tião Caroço (PSDB) - Terceira secretaria
Iso Moreira (DEM) – Quarta Secretaria
O processo
O presidente em exercício, deputado Helio de Sousa (PSDB), declarou aberta a sessão extraordinária para a disputa dos oito cargos da Mesa: presidente; 1º, 2º e 3 º vice-presidentes; e 1º, 2º, 3º e 4º secretários. O quórum de abertura exigia maioria absoluta dos parlamentares para que fosse realizada a votação nominal nos candidatos de cada um dos cargos.
Obedecendo o artigo 5º do Regimento Interno da Casa, e Resolução de nº 1.569/16, a votação foi nominal e o resultado foi contabilizado a partir da maioria absoluta de votos. O deputado Henrique Arantes (MDB) apresentou uma chapa para a eleição da nova Mesa.
Na chapa apresentada, estavam Lissauer Vieira (PSB) na presidência, Cláudio Meirelles (PTC) e Júlio Pina (PRTB) nas 1ª e 2ª secretarias respectivamente. Tião Caroço (PSDB) estava na 3ª secretaria, desta chapa, e Iso Moreira (DEM) na 4ª secretaria. Henrique Arantes (MDB) configurava a 1ª vice-presidência, Cairo Salim (Pros) entrou na 2ª vice, e na 3ª vice, recém-criada, ficou o deputado Major Araújo (PSL). Em seguida, o deputado Álvaro Guimarães (DEM) apresentou sua candidatura avulsa ao cargo de primeiro-secretário, da Mesa Diretora.
Discursos
O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás e candidato para reeleição, Lissauer Vieira, utilizou da palavra para pedir voto na sua chapa. “Quero fazer uma reflexão de tudo que vivemos nesses quase dez meses desse primeiro ano da nossa presidência à frente da Alego. Trabalho que começou em fevereiro, em nome da independência, para que todos os deputados pudessem mostrar seu ponto de vista, e apresentar suas matérias”, relembrou.
“Hoje vivemos um momento que vai consolidar a chapa eleita para os últimos dois anos desse mandato”, disse, ao pedir que os parlamentares entrassem num consenso para eleger o primeiro-secretário da Mesa Diretora, única cadeira que havia disputa: Cláudio Meirelles e Álvaro Guimarães. “Quero pedir aos deputados, tanto da base quanto da oposição, que possam refletir e abrir mão de alguns projetos pessoais em nome da unidade dessa Casa”.
No entanto, Lissauer anunciou que caso não se cheguasse a um acordo, seu voto seria em Cláudio Meirelles. “Eu tenho um compromisso pessoal e moral com o deputado Claudio, que tem sido muito importante na independência dessa Casa. Sabemos que os deputados da base têm seus motivos. Se não conseguirmos chegar a um acordo, eu estou declarando o meu voto no Cláudio, que sempre esteve ao meu lado e me deu todo apoio”.
Logo em seguida, o deputado Cláudio Meirelles (PTC) decidiu renunciar à candidatura ao cargo de primeiro-secretário para a eleição da Mesa Diretora. “É uma pena que tenhamos no Estado de Goiás um governador que interfere numa questão tão pequena, que é a eleição de um primeiro-secretário. Quando apoiei Caiado, achei que Goiás iria mudar, que iria se tornar um estado mais democrático, mais justo, apesar do atual governador sempre ter sido muito criticado pelo seu estilo, por sua postura. Sonhei em ter uma Casa mais independente. Mas o Governo não muda”, salientou o parlamentar.
Meirelles disse que renunciou à sua candidatura em respeito a deputados da base do Governador, que lhe solicitaram que tomasse essa decisão.
Após a renúncia, o outro candidato, deputado Álvaro Guimarães, subiu à tribuna para agradecer a colegas das bancadas de situação e oposição pelo apoio à sua indicação. Álvaro contou um pouco de sua trajetória política, da qual disse se orgulhar bastante. “Fui vereador por dez anos, presidente da Câmara de Itumbiara, três vezes secretário de Estado e sete vezes deputado estadual. Nunca tive um processo de improbidade na minha vida. Cheguei até aqui com muita honra e dedicação”, disse.
O democrata relembrou, ainda, que Cláudio Meirelles foi, por muitos anos, seu colega de partido, quando ambos eram filiados ao PR, e que sempre tiveram “a melhor convivência que pode existir nessa Casa”.
Por fim, Álvaro Guimarães desejou que o presidente do Parlamento goiano, deputado Lissauer Vieira, continue realizando uma gestão exitosa. O democrata disse não ter dúvida de que, com humildade, Lissauer conseguirá dar à sociedade goiana uma grande contribuição ainda maior e que, para isso, ele poderá contar com todo seu apoio. “Muito obrigado aos deputados de oposição que são meus amigos. Obrigada toda a base do Governo. Vocês terão aqui um amigo, um companheiro leal para fazer o certo”, finalizou.
Agradecimento
Após a eleição da Mesa Diretora, o presidente reeleito Lissauer Vieira recebeu cumprimentos no Salão Nobre da Assembleia. Em entrevista à imprensa, ele agradeceu pela votação expressiva, unanimidade dos presentes, falou das negociações que antecederam a votação e agradeceu aos colegas de Parlamento.
“Foi uma vitória maiúscula, e os deputados tiveram a consciência do nosso trabalho desses primeiros meses aqui à frente do Poder Legislativo. Claro que tem disputa. Todos os deputados têm interesse em disputar alguma vaga. Durante a manhã, nós trabalhamos muito para alguns colegas parlamentares, que tinham interesse também em disputar, até mesmo para recuar, e eles tiveram a oportunidade de abrir mão de disputar outros espaços na Mesa Diretora. Mas ficou essa disputa entre o deputado Álvaro Guimarães e Cláudio Meirelles. A democracia é assim e tem que ser respeitada”, explicou.
Lissauer acrescentou que, além de dar continuidade a projetos em andamento e de consolidar o processo de independência da Casa, uma outra prioridade para o segundo mandato é a conclusão da obra da nova sede da Assembleia Legislativa. “Esse é um dos principais objetivos nosso. Nós temos garantido alguns recursos, e se nas questões burocráticas nós não tivermos problemas, vamos conseguir concluir essa obra dentro desses próximos três anos e três meses que nós temos", prevê. "Eu creio que é perfeitamente possível. Tudo está no cronograma para nós concluirmos a obra que será um grande feito para essa Legislatura e, principalmente, para Mesa Diretora que foi eleita hoje, para o segundo biênio”, pontuou.
Terceiro Vice
Ao final da sessão especial foi feita a votação para eleição do terceiro vice-presidente da atual Mesa Diretora (cujo mandato vai até fevereiro de 2021), já que o cargo foi criado este mês. Os nomes de Paulo Cezar Martins (MDB), Wagner Camargo Neto (Pros) e Delegada Adriana Accorsi (PT) foram apresentados para o cargo, com posse imediata.
Humberto Aidar (MDB) também apresentou seu próprio nome, mas depois retirou a candidatura, ele que é presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ).
Porém, o deputado Helio de Sousa decidiu por suspender a votação do cargo, já que o candidato Paulo Cezar Martins estava ausente. Nova data ainda será marcada para essa eleição.
No início da sessão de eleição da Mesa Diretora, os servidores da Saneago ocuparam as galerias na expectativa de acompanhar a votação do projeto n° 5920/19 que prevê a venda de até 49% das ações da empresa. Mas os deputados informaram a eles que nesta quarta-feira o projeto não entraria em votação.