0 Ministro da Economia Paulo Gudes criticou o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de chamar o povo para rua e ameaçou: “Não se assustem, então, se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez?”, questionou. A declaração ocorreu, na última segunda-feira (25/11), em entrevista coletiva em Washington.
“Chamar povo para rua é de uma irresponsabilidade. Chamar o povo para rua pra dizer que tem o poder, para tomar. Tomar como? Aí o filho do presidente fala em AI-5, aí todo mundo se assusta,", declarou o ministro ao comentar a crise em países da América Latina.
No fim do mês passado, o ilho do presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro em entrevista jáhavia declarado que, se a esquerda radicalizasse no Brasil, como ocorria nos protestos no Chile naquele momento, era preciso "ter uma resposta que pode ser via um novo AI-5".
O Ministro a Economia também sugeriu que o projeto de lei de excludente de ilicitude para militares e agentes de segurança pública em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) é uma resposta ao discurso de Lula.
O Ato Institucional nº5 (AI-5) foi uma das medidas mais duras tomadas durante a ditadura militar e durou por 10 anos. Autorizado pelo presidente Artur da Costa e Silva em 1968, resultou na suspensão de direitos políticos, demissões, intervenções nos estados e nos municípios e na suspensão de garantias constitucionais que resultaram na repressão, tortura e morte de opositores do regime.
o Ato também dava poderes quase que ilimitados ao presidente, como fechar o Congresso Nacional e demais casas legislativas por tempo indeterminado. O AI-5 autorizou ainda a cassação do mandato de 110 deputados federais, sete senadores, 161 deputados estaduais, 22 prefeitos, 22 vereadores, três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), além de professores universitários e pesquisadores. Houve também a suspensão do habeas corpus por crimes de motivação política.
Com informções do Correio Braziliense