O presidente da Republica se encontrou na última segunda-feira, (27/4), no Palácio do Planalto com o representante do poder legislativo (deputado federal) David Soares (DEM-SP), filho do missionário R. R. Soares, e com o secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto.
De acordo com averiguação o Estadão/Broadcast, na reunião, intitulada restrita, o presidente pediu um remate para débitos tributários originados por igrejas com o Fisco. Bolsonaro já impôs à equipe econômica "solucionar a questão", mas as contra-posições de opinião continua em decisão do órgão.
Sob uma hipótese o perdão das dívidas resultaria em prejuízo aos cofres públicos. A Igreja Internacional da Graça de Deus, instituída por R. R. Soares (personalidade que já esteve em contato o presidente em outras oportunidades), amontoa R$ 144 milhões em contas a pagar com registro na Dívida Ativa da União - ocupando o terceiro lugar de uma lista de endividados que chega a R$ 1,6 bilhão. A empresa que não é enxergada como instituição sem fins lucrativos ainda responde outros dois processos em andamento no Carf, tribunal administrativo da Receita, que incluem autuações de R$ 44 milhões em montes relevantes, de acordo com informações do Estadão/Broadcast.
O critério do presidente foi entregue na área econômica como mais uma tentativa de diligência de Bolsonaro em conteúdos internos de um órgão para colaborar com seu eleitorado. Na última semana, Sérgio Moro abandonou o governo denunciando que o presidente estava exigindo relatórios de averiguações sigilosas da Polícia Federal e, como relatou o Estado, o Ministério Público Federal instaurou inquérito para investigar uma disposição de Bolsonaro para revogar portarias do Exército.