Em entrevista coletiva hoje (6), o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), voltou a fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), questionado a postura do chefe do executivo, que é contrário ao isolamento social mais rígido. A declaração foi feita durante o anúncio da prorrogação da quarentena para evitar a propagação rápida da Covid-19, que se estenderá até o dia 22 de abril.
Em sua pronúncia declarou que "no Brasil, quero lembrar, defendem o isolamento social o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o Ministro da Justiça, Sérgio Moro, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e a maioria absoluta de médicos e científicas. Será que todos eles estão errados? Será que a ciência mundial está errada? Será que ministros e secretários de 56 países do mundo estão todos errados? Será que um único presidente no mundo é o certo? E quem tem poder, ciência e conhecimento, que quer proteger vidas e salvar pessoas?, disse Dória.
O distanciamento social se tornou tema de disputa política com o presidente Jair Bolsonaro ( sem partido), que é defensor do retorno ao trabalho de pessoas que não estão em grupos de risco e os governadores pedindo para a população ficar em casa. Dória se transformou no principal expoente do distanciamento social e contraponto ao Planalto.
O atrito entre os dois líderes ficou evidente em uma reunião com governadores, em que Bolsonaro se dirigiu aos gritos a Dória, que foi acusado de tentar tirar proveito eleitoral da situação. O presidente falou que as eleições para presidente serão somente em 2022. O argumento do presidente é que o isolamento social levará ao desemprego e a ruína econômica e que causaria mais mortes que o novo coronavírus.
Na coletiva desta segunda-feira, foi a vez de Dória atacar. Sem citar o nome de Bolsonaro, mas acusou pessoas que são contra o distanciamento social de serem contra a ciência e de ter pensamento " torpe e medíocre".