O Governo Federal tem 72 hora para entregar o vídeo da reunião de ministros do dia 22 de abril, citada pelo ex-ministro Sergio Moro da Justiça durante depoimento prestado à Polícia Federal. A determinação partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello na noite da última terça-feira (5/5) após o depoimento do ex-ministro ser divulgado.
Moro prestou depoimento no sábado (2) sobre as declarações feitas por ele no dia 24 de abril, quando pediu demissão do cargo, e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) tentou interferir no trabalho da PF e em inquéritos envolvendo seus familiares.
O ex-ministro prestou os esclarecimentos em inquérito aberto pelo ministro do STF, após Celso de Mello atender um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), que busca esclarecer se o presidente realmente tentou interferir de forma política na PF.
Conforme as declarações de Moro, esse foi um dos motivos para a sua saída do governo. Vale ressaltar que as declarações do ex-ministro foram feitas durante uma coletiva de imprensa, logo após ter sido publicada a exoneração do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo. Segundo as declarações de Moro, ele não foi informado com antecedência sobre a demissão de Valeixo.
Celso de Mello solicitou a gravação baseada no depoimento do ex-ministro, que afirmou que durante a reunião do conselho de ministro no dia 22 de abril, o presidente cobrou a substituição do superintendente da PF do Rio de Janeiro e de Valeixo, além de relatórios de inteligência e informação da PF.
Ainda conforme as declarações do ex-ministro, o presidente alegou que se não pudesse trocar o superintendente do Rio de Janeiro, iria trocar o diretor-geral da PF e o ministro da Justiça.
*Com informações do G1