O ex-presidente da República, Michel Temer, defende o semipresidencialismo como sistema de governo em conversa com empresário goianos em transmissão ao vivo promovida pelo LIDE Goiás. Temer explicou que esse sistema de organização da política, que possui elementos do parlamentarismo e presidencialismo, tem sido utilizado por países como França, Finlândia e Portugal para garantir a governabilidade.
Ele ainda pontuou que o Brasil tem muitos partidos e isso não é benéfico para a nação. “Não existe identidade política de princípios. É preciso haver uma reforma política e um novo regime”, explica. Ainda sobre as eleições deste ano, Temer comentou que é preciso debater e decidir, se mesmo no meio da pandemia, elas devem ou não ser realizadas.
Para ele, se a situação não aliviar, é melhor não fazer e adiar. Para prorrogar os atuais mandatos dos prefeitos e vereadores será preciso um mecanismo legal. “Há uma dúvida jurídica em torno do tema. Em minha opinião terá que haver uma emenda à constituição”, explica.
Crises
Hoje o Brasil vive uma crise na saúde de na política. “É preciso que haja um esforço grande de todos para evitar que a crise se transforme em institucional. A crise sanitária é grave e precisa unir todos. Existe o debate entre os que defendem o valor vida e o valor econômico, mas é preciso fazer ambos, preservar vidas e cuidar da economia. A única forma de fazer isso com eficiência é em um ambiente de paz e parcerias. A palavra é pacificação. É hora de unidade, de pensar e agir juntos, todos os poderes constituídos”, explica Michel Temer.
O ex-presidente ainda pontua que a Constituição Brasileira determina que haja harmonia entre os Poderes . “Este momento da pandemia exige unidade, acima de qualquer interesse partidário ou político. Defendo que haja um pacto entre o Governo Federal e os estados em prol de ações amplas e bem planejadas de combate a pandemia. Infelizmente, o que vemos são desencontros e instabilidade nas tratativas entre governadores e o chefe do executivo”, afirma.
Mas Temer reconhece que, apesar desses desencontros, o Governo Federal está fazendo a parte que lhe cabe, com a liberação de recursos para amenizar a crise para os cidadãos e para as empresas. Os governadores, dentro de suas limitações, estão trabalhando muito e tentando vencer a guerra contra o coronavírus. Os municípios também atuam dentro de suas prerrogativas. “O caminho é somar tudo isso, forçar e agir com unidade e pensar no pós - pandemia também. É preciso deixar as brigas e focar na consolidação da imagem do Brasil para o resto do mundo como um país sólido para receber investimentos de fundos do mundo todo que possuem dinheiro para investir em países emergentes”, pondera.