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Zacharias questiona ministro Marcos Pontes sobre universalização da internet no país

Em reunião técnica por videoconferência realizada nesta quarta-feira, 24, o deputado federal Zacharias Calil (DEM) questionou o convidado Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, sobre como o governo federal tem se planejado para que em médio e longo prazos a maioria do povo brasileiro tenha acesso gratuito à internet, e como isso será ampliado para as regiões mais distantes dos grandes centros urbanos.

A audiência foi na Comissão Externa de Ações Preventivas ao Coronavírus no Brasil, da qual Zacharias é titular. O tema do dia foi Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento na Pandemia da Covid-19, por isso o deputado lembrou que o atual período mostrou a necessidade de uso da rede para todo tipo de atuação e relações possíveis. “Mas nossa realidade é a de um país em que muitos não têm acesso à internet ainda.”

O deputado explicou que no isolamento e distanciamento social a população se deu conta do quanto é essencial o uso da internet, seja em transações comerciais, seja para manter contato com amigos e familiares, para realizar trabalhos remotos, para o ensino a distância, telemedicina e outras modalidades. “A falta de acesso à internet é uma grande preocupação para o nosso país”, observou Zacharias.

O ministro Marcos Pontes respondeu que o governo federal, por meio do Ministério das Comunicações, com a colaboração do de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento, está executando o Conecta Brasil. “Um programa enorme, que vai revolucionar as comunicações no Brasil. Serão três fazes: Nordeste Conectado, Norte Conectado e Centro-Oeste Conectado.”

Segundo ele, foram disponibilizados R$ 40 bilhões de recursos para serem investidos em integração de internet em todo o país. “Soma-se a isso os satélites. Tínhamos 12 pontos de satélite e os multiplicamos. São 50 mil pontos no total”, disse o ministro.

Segundo ele, no Nordeste será feita a conexão entre 77 cidades com fibra óptica. Na região Norte, serão instalados mais 10 mil quilômetros de fios, aproveitando os cursos dos rios. "Vamos conectar a maioria das cidades da região. Isso vai permitir telemedicina, vai permitir que as pessoas não morram sem atendimento por doenças simples.”

O ministro disse ainda que está sendo desenvolvido o Centro Nacional de Tecnologias Aplicadas para a Saúde. “Um centro aeronáutico, mas aplicado à saúde. Um centro de tecnologias para a saúde, com faculdades e a participação de empresas e startups.”

Marcos Pontes explicou também que o governo federal tem o Projeto Wi-Fi na Praça, do Ministério das Comunicações. “Que é justamente usar a infraestrutura de comunicações para colocar nas praças internet gratuita. Nas comunidades mais distantes vai mudar muito.”

Vivência em Goiás

O deputado Zacharias Calil comentou um episódio ocorrido com ele recentemente em Goiás, quando saiu de Goiânia rumo a Aruanã e, no meio da estrada, precisou dar apoio médico a um paciente. “O problema? Entre a cidade de Goiás até Aruanã o sinal de internet não funciona na estrada. Parei em Faina, que tem mais de 7 mil habitantes, e pedi ajuda a um farmacêutico. Ele foi muito solícito e me deixou usar seu Wi-Fi por mais de uma hora, enquanto fiz o atendimento.”

Zacharias citou também as histórias do jovem estudante Willian Vieira, de 13 anos, morador de Nova Fátima, distrito de Hidrolândia, que foi fotografado em um banco de praça em pleno domingo estudando com o apoio da internet Wi-Fi de um açougue e viralizou na internet, e dos irmão Levi e Lavínia, de Montividiu.

Como o sinal de telefonia é ruim na fazenda onde moram atualmente por causa da pandemia, em Ivolândia, o pai construiu na copa de uma mangueira uma casa da árvore, para que os filhos subissem e tivessem acesso ao sinal de internet e pudessem assistir às aulas remotamente. Essas histórias foram contadas em reportagem do jornal O Popular.

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